Fatores que influenciam as comunidades bacterianas na floresta Amazônica

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Floresta Amazônica (Crédito: Acervo pessoal)
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A floresta Amazônica tem sido constantemente ameaçada pela expansão da agricultura, pecuária e extração irregular de madeira. Além das pressões antrópicas diretas, as mudanças climáticas globais estão a cada ano mais evidentes e seus efeitos sobre diversidade microbiana são ainda desconhecidos. Um trabalho realizado no Programa de Pós-graduação em Solos e Nutrição de Plantas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), identificou os fatores que influenciam as comunidades bacterianas associadas às espécies vegetais da floresta Amazônica.

De autoria de Julio Cezar Fornazier Moreira, com orientação de Márcio Rodrigues Lambais, o trabalho estudou três compartimentos florestais, a filosfera (superfície foliar), a serapilheira (folhas depositadas sobre o solo) e o solo rizosférico (volume de solo sob efeito das raízes) associados a nove importantes espécies vegetais em três épocas ao longo de um ano. Os resultados revelaram que a espécie vegetal é determinante na composição das comunidades bacterianas, no entanto, a magnitude desse efeito depende do compartimento florestal, sendo maior na filosfera.

“Concluímos que as comunidades bacterianas são determinadas pelo compartimento florestal, devido principalmente à composição físico-química de cada um deles”, explica Julio Cezar. Além disso, o autor constata que a seca durante o evento climático El-Niño 2015-2016 afetou de modo geral as comunidades bacterianas associadas às espécies vegetais na Floresta Amazônica.

“O aumento da intensidade e frequência de eventos climáticos extremos podem representar enormes prejuízos ambientais, ainda não dimensionados, mas com potencial para alterar o equilíbrio funcional da floresta amazônica”, disse.

A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e desenvolvido em parceria com pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade de Campinas (Unicamp) e da Universidade da Califórnia, Davis (UCD) nos Estados Unidos.

Texto: Letícia | Estagiária de Jornalismo

Revisão: Caio Albuquerque 

29/03/2019