A disciplina de Geoprocessamento utiliza Aeronaves Remotamente Pilotáveis, também conhecidas como drones, para avaliar falhas no plantio, pequena variabilidade dentro da cultura, vigor da planta, entre outros. Lecionada pelo professor Peterson Ricardo Fiorio, a disciplina faz parte da grade curricular dos cursos de Engenharia Florestal e Engenharia Agronômica da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP).
O uso dos drones permite explorar um nicho antes não explorado dentro do sensoriamento remoto e a disciplina leva para os futuros engenheiros agrônomos e engenheiros florestais essa nova tecnologia. “Hoje é muito comum consultores na área agrícola utilizarem drones para ver variabilidade de cultura, para direcionar amostragem. É a possibilidade de ter uma visão macro, uma visão aérea da lavoura, isso traz para a agricultura uma nova ferramenta”, disse o professor.
“A proximidade do aparelho com a lavoura permite maior precisão quando se trata de averiguar índices de vegetação, vigor da planta e outras aplicações que não tínhamos com o sensoriamento remoto aéreo e orbital”, contou Fiorio. Com relação à topografia, o drone passa a ser uma ferramenta para levantamentos topográficos, já que com pontos de controle em solos é possível observar a diferença de nível, áreas e modelar o terreno.
Antes da utilização dessa tecnologia, existia uma lacuna entre o sensoriamento remoto terrestre, feito no campo e no laboratório, e aéreo, feito com aviões e máquinas fotográficas acima de 300 metros de altitude. O drone preenche essa lacuna uma vez que trafega em uma faixa de 30 e 120 metros de altitude, de acordo com a legislação. “O drone nada mais é do que o veículo que leva o sensor, que pode ter várias utilizações dentro da agricultura, uma delas e mais direta é o sensor RGB que é igual as câmeras de celular, que registra o visível, azul, verde e vermelho. Com esse tipo de sensor, devido a boa resolução espacial que esse levantamento lhe traz, conseguimos ver, por exemplo, falha de plantio ou alguma pequena variabilidade dentro da cultura”, explicou o professor.
Texto: Letícia Santin | Estagiária de jornalismo
Revisão: Caio Albuquerque
23/10/2019