Uma tese apresentada no programa de pós-graduação em Entomologia, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) investigou os mecanismos que estão envolvidos na metabolização de inseticidas por bactérias do trato digestivo de Spodoptera frugiperda, a lagarta mais devastadora das lavouras de milho.
Além disso, Luís Gustavo de Almeida, autor do trabalho, investigou a diversidade de bactérias cultiváveis associadas à formiga cortadeira Acromyrmex coronatus, bem como a diversidade de metabólitos produzidos e o seu potencial para descoberta de compostos inseticidas. A orientação do estudo é do professor Fernando Luís Cônsoli, do Departamento de Entomologia e Acarologia, coordenador do projeto temático FAPESP 2011/50877, que financiou parcialmente essa pesquisa.
As bactérias intestinais desintoxicam as lagartas após o contato com os inseticidas pelo mecanismo de bioacumulação, afetando assim a eficiência dos pesticidas no controle dessa praga. “A descoberta da existência dessas bactérias e do mecanismo pelo qual elas limitam a ação dos pesticidas tem implicações importantes para as estratégias de manejo de pragas”, destaca o pesquisador.
Adicionalmente, complementa, “esses microrganismos também podem ser explorados biotecnologicamente em processos de biorremediação”. Outra descoberta relevante, segundo o autor, foi a grande diversidade de metabólitos produzidos por bactérias associadas às formigas cortadeiras.
“Os metabólitos produzidos por essas bactérias apresentaram elevada capacidade inseticida, causando mortalidade de até 100% das lagartas de S. frugiperda. Dois desses metabólitos foram identificados e sua nova atividade biológica foi descrita”, finaliza.
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