Uma instituição de ensino superior e pesquisa com dedicação especial a estudos relacionados à alimentação e meio ambiente. Assim pode ser definida a Wageningen University and Research (WUR), universidade holandesa com a qual a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) mantem uma histórica relação de cooperação acadêmica. Tanto Esalq, quanto a escola dos países baixos, figuram entre as cinco melhores do mundo na área de ciências agrárias segundo o US News Report, importante ranking internacional. Talvez a longevidade seja um dos pilares que contribuem para a excelência dessas duas escolas, que comemoram seus respectivos aniversários no mês de junho.
A Esalq realizou, na última segunda-feira, 4/6, seu evento de celebração de seus 117 anos. No próximo dia 23 de junho de 2018, a Wageningen University and Research (WUR) comemorará 100 anos e a Esalq foi convidada a integrar essa festividade que ocorrerá em diversas partes do mundo nas quais há egressos da instituição.
Na Esalq, a cerimônia ocorreu também em 4 de junho, com a presença do diretor, professor Luiz Gustavo Nussio, do vice-diretor, professor Durval Dourado Neto, da professora Helaine Carrer, presidente da Comissão de Relações Internacionais (CAInt), além de alunos e ex-alunos da Esalq que estudaram em Wageningen.
Para esta cerimônia, a WUR presenteou a Esalq com uma muda de jaboticabeira, a qual representa a sólida e longeva relação entre as instituições, em uma iniciativa chamada UniversiTREES, que almeja plantar 100 árvores pelo mundo para celebrar seus 100 anos de existência. Assim uma muda de jabuticabeira foi plantada em área próxima à biblioteca da Esalq.
“Temos estabelecido com Wageningen uma histórica relação de cooperação, de forma que este plantio simboliza uma relação sólida, que tende a continuar rendendo bons frutos. Tanto Esalq, quanto a escola holandesa, mostraram que ao longo de suas trajetórias, tomaram decisões assertivas e por isso são instituições valorizadas em nível global”, declarou o diretor Nussio.
Para a presidente da CAInt, a relação com Waheningem possibilita o enriquecimento na formação tanto de estudantes quanto de professores brasileiros e holandeses. “É gratificante perceber o quanto é positivo essa aproximação para o aperfeiçoamento dos nossos alunos e docentes. Temos que celebrar essa parceria, agradecer a receptividade com que os brasileiros são recebidos por lá e seguir usufruindo dessa troca de saberes e tecnologias em prol do agro”.
A receptividade no país europeu foi registrada por Gustavo Crestana, egresso do curso de Ciências Biológicas da Esalq, que esteve na Holanda entre 2015 e 2016. “A organização institucional de Wageningen facilita muito nossa inclusão por lá. A acolhida dos estrangeiros é fundamental para que possamos ficar tranquilos para desenvolver nossos estudos”.
Carolina Ferras, estudante de Engenharia Agronômica, esteve em Wageningen em 2016 e pode aperfeiçoar seu trabalho de iniciação científica na área de merenda escolar e agricultura familiar. “Fiz uma revisão bibliográfica sobre o contexto da merenda escolar na Holanda para poder comparar com o Brasil. Me surpreendi como a agricultura é tratada de maneira multifuncional e eles respeitam demais os aspectos ambientais e a função social da atividade agrícola”.
Descendente de holandeses, Lara Roosdorp graduou-se na universidade holandesa na área de biologia de solos e hoje atua no Brasil como embaixadora da associação de alumni de WUR. Durante a cerimônia Lara agradeceu a parceria com a Esalq. “A Esalq é um símbolo no programa de relacionamento internacional e por isso Wageningen quer continuar investindo em um programa de cooperação que resulta em ações de sustentabilidade para a agricultura. Essa jabuticabeira, uma frutífera nativa, representa que muitos frutos ainda serão aproveitados nessa relação de sustentabilidade e inovação”.
Texto: Caio Albuquerque (05/06/2018)