Estudo identifica Actinobactérias da Antártica produtoras de compostos anticâncer

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O pesquisador buscou na Antártida compostos capazes de inibir o crescimento de tumores humanos (acervo pessoal)
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O aumento dos casos de câncer tem atraído a atenção da comunidade científica mundial e impulsionado as buscas por novas estratégias para o tratamento da doença. “Nesse sentido, substâncias obtidas a partir de micro-organismos e plantas estão entre as mais promissoras, representando aproximadamente 60% dos agentes antitumorais aprovados para uso nas últimas décadas”, aponta Leonardo José Silva, autor de um estudo desenvolvido no Programa de Pós-graduação em microbiologia Agrícola, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). 

Para o desenvolvimento de sua tese, o pesquisador buscou na Antártida compostos capazes de inibir o crescimento de tumores humanos. Sob orientação do professor Itamar Soares de Melo, Leonardo José Silva centrou esforços em acessar os recursos microbianos associados a gramínea Deschampsia antarctica, espécie presente exclusivamente no Continente Antártico.

“Recursos naturais com importância biotecnológica podem ser explorados nos mais variados ambientes, contudo condições ambientais extremas como as encontradas na Antártica favorecem o estabelecimento de espécies únicas e metabolismos exóticos, os quais aumentam as chances para a descoberta de novas substâncias. Entre os micro-organismos, bactérias pertencentes ao grupo das actinobactérias apresentam alta versatilidade metabólica para produção de compostos bioativos e habilidade para se desenvolverem em diferentes fontes nutricionais”, explica Leonardo.

Como resultado, 72 linhagens de actinobactérias foram isoladas e 42.528 clones metagenômicos foram construídos. “Os compostos produzidos pelas linhagens CMAA 1520, CMAA 1527 e CMAA 1653 apresentaram melhores resultados para inibição do crescimento de tumores cerebrais, mama e pulmão”, conta o autor do trabalho.

Conheça outras teses desenvolvidas na Esalq em www.esalq.usp.br/pg.