Um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) mostra que o florescimento em tomateiro (etapa crucial para sua produtividade) pode ser regulado pela ação coordenada do fitohormônio giberelina e dois microRNAs.
Publicado na revista New Phytologist (acesse), o trabalho tem coordenação do professor Fabio Tebaldi Silveira Nogueira, do departamento de Ciências Biológicas da Esalq e reforçou que, durante o florescimento, giberelina e o microRNA319 tem funções opostas em tomateiro quando comparado com a planta modelo arabidopsis.
“É o primeiro trabalho que compara a ação de hormônio e microRNAs no florescimento em tomateiro e compara as duas plantas-modelo (tomateiro e arabidopsis)”, comenta o docente.
Além da ação coordenada do hormônio giberelina e do microRNA319, o controle da idade da planta, realizada pelo microRNA156, é fundamental para o florescimento. "Entender o relógio biológico que governa o tempo para o florescimento (e que, por sua vez, determina se uma cultivar é mais precoce ou mais tardia) possibilita ao agricultor determinar a época de colheita em momentos específicos do ano", comenta o docente.
Segundo Nogueira, o efeito inibitório de giberelina sobre o florescimento é também visualizado em plantas lenhosas, as quais são importantes tanto do ponto de vista econômico quanto de sustentabilidade. “Isso sugere que as nossas descobertas científicas realizadas em tomateiro podem ser expandidas para essas espécies, nas quais a experimentação é lenta e laboriosa”.
O projeto tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Texto: Caio Albuquerque (08/10/2018)