Grupo CRECIN encerra ações do Ano Internacional da Preservação dos Glaciares com alcance educacional expressivo

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Divulgação

As ações desenvolvidas pelo Centro de Referência de Ensino de Ciências da Natureza (CRECIN), grupo de pesquisa e extensão da Esalq/USP, no âmbito do Ano Internacional da Preservação dos Glaciares (International Year of Glaciers’ Preservation – IYGP 2025), alcançaram cerca de 12 mil participantes entre março e dezembro deste ano. A iniciativa integrou o calendário oficial do IYGP 2025, organizado pela UNESCO (ONU) e parceiros internacionais.

Iniciado em 20 de março de 2025, o projeto foi realizado em colaboração com o Museu de Geociências do Instituto de Geociências (IGc/USP) e promoveu momentos de reflexão, aprendizado e divulgação científica voltados a instituições de ensino e à sociedade em geral. As atividades buscaram enfrentar o desafio de tratar temas como geleiras, neve, ciclo da água, fauna e flora associadas à criosfera e os impactos das mudanças climáticas, relacionando esses fenômenos globais ao cotidiano brasileiro, especialmente no contexto do interior do estado de São Paulo.

Ao longo do período, o projeto foi contemplado no Edital SustentaUSP, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação, o que possibilitou ampliar o alcance das ações e fortalecer a dimensão extensionista da proposta. A iniciativa também envolveu estudantes de graduação da Esalq/USP em atividades de contato direto com a comunidade.

Outro destaque foi a parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Piracicaba, que contribuiu para a criação de espaços de diálogo em escolas da rede municipal, como parte da programação da Escola em Tempo Integral. O grupo também realizou uma palestra na Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Piracicaba, reforçando a inserção do tema no debate educacional.

Entre março e dezembro, foram realizadas 77 atividades, com alcance próximo dia 12 mil participantes, entre estudantes das redes pública e privada, da educação básica ao ensino superior, professores e pessoas da comunidade em geral. As ações incluíram atividades monitoradas, formações, participação em eventos e práticas em sala de aula.

A maior parte das atividades ocorreu em escolas públicas, que concentraram 56 ações, seguidas por museus, espaços de lazer, cultura e divulgação científica, com 11 atividades, e por escolas particulares, com 9. Ao todo, o projeto percorreu oito cidades em dois estados brasileiros.

A coordenadora do CRECIN, professora Rosebelly Nunes Marques, docente do departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) da Esalq/USP, destaca a relevância da iniciativa. “Trabalhar a criosfera em contextos educacionais trouxe desafios importantes, tanto para os participantes quanto para a equipe responsável pelo desenvolvimento das atividades”. A experiência, segundo a docente, “permitiu ao grupo refletir sobre suas práticas e reinventar dinâmicas, jogos e propostas pedagógicas que auxiliassem professores a inserir o tema das geleiras nos conteúdos didáticos, a partir de abordagens não formais, metodologias ativas de ensino e do modelo STEAM”.

O impacto do projeto resultou em convites e reconhecimentos institucionais. O CRECIN integrou a programação do XII LASERA Manaus 2025, realizado em novembro, com uma oficina sobre o desenvolvimento e a aplicação de recursos didáticos com enfoque nas mudanças climáticas. As ações também foram reconhecidas pela Secretaria Municipal de Educação de Piracicaba, em função do trabalho desenvolvido junto às escolas do município.

Encerrado o ciclo do Ano Internacional da Preservação dos Glaciares, a proposta entra agora em uma nova fase. A partir de 2026, parte dos conteúdos e práticas passa a dialogar com a Década dos Oceanos (Ocean Decade – ONU), integrando as ações do CRECIN voltadas à Cultura Oceânica, ao Currículo Azul e à preservação dos recursos naturais.

As atividades realizadas ao longo de 2025 estiveram alinhadas a diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, entre eles o ODS 3 (Saúde e bem-estar), ODS 4 (Educação de qualidade), ODS 6 (Água potável e saneamento), ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima) e ODS 14 (Vida na água).

Contexto – O Ano Internacional da Preservação dos Glaciares foi declarado em 2022 pela Assembleia Geral da ONU, com o objetivo de chamar atenção para a emergência global relacionada à perda acelerada de glaciares, da neve e do gelo, elementos fundamentais para o sistema climático, o ciclo hidrológico e a manutenção da biodiversidade. Estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que o derretimento de glaciares e camadas de gelo é um dos principais fatores para a elevação do nível do mar nas últimas décadas, com impactos ambientais, sociais e econômicos em escala global.

A criosfera, termo derivado do grego “kryos”, que significa frio ou geada, abrange a neve, as geleiras, o permafrost e os solos congelados. Esses elementos são essenciais para o armazenamento e a regulação da água doce no planeta, sustentando ecossistemas e meios de subsistência de populações em diferentes regiões do mundo.

Mais informações sobre as ações do CRECIN podem ser obtidas pelo e-mail crecin.esalq@usp.br ou pelo Instagram @crecin.esalq.

Texto: Caio Albuquerque | MTB 30356 | 17/12/202