

Nos dias 10 e 11 de julho, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) sedia o Scientific Seminar “International Research Center”. Em parceria com o INRAe (Institut National de Recherche pour l'Agriculture, l'Alimentation et l'Environnement), gestores e pesquisadores da Esalq e da instituição francesa, dicutem o planejamento de ações científicas colaborativas, com foco na criação do centro internacional de pesquisa, aprovado em janeiro deste ano na França.
“Essa semana definiremos com maior nível de detalhamento possível, quais serão as ações em cada um dos cinco pilares do projeto a ser apresentado à Fapesp, a parceira institucional do novo centro”, aponta a diretora da Esalq, professora Thais Vieira. Segundo a gestora da Esalq, já está definida a presença de uma pesquisadora do INRAe na Esalq, o que deve ser o ponto de partida para a aproximação com outros campi da USP.
Na Esalq, as ações serão coordenadas pelo professor Fernando Cônsoli, do departamento de Entomologia e Acarologia. Segundo o docente, a definição das ações em cada um dos pilares permitirá abordar problemas futuros relacionados à saúde planetária. Cônsoli apresentou os eixos principais do projeto. “O centro se dedicará a cinco áreas principais para desenvolver soluções sustentáveis na produção de alimentos. Isso inclui a otimização dos sistemas de produção, o melhoramento genético de plantas e animais, o aproveitamento de resíduos para gerar novos recursos nutricionais, o desenvolvimento de sistemas agrícolas para todos os tipos de produtores (incluindo a agricultura urbana) e, por fim, a aplicação de tecnologias digitais para aprimorar a produção, garantir a qualidade dos alimentos e preservar a diversidade ambiental, a saúde animal e humana”.
Ao final dos dois dias de discussões, um documento com as principais diretrizes do novo centro de pesquisa será apresentado. Pierre Marie, diretor de assuntos internacionais do INRAe, falou que a proposta é que esse novo organismo apresente uma abordagem integrada de atuação.
“Ao falarmos em desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas ou nutrição, não dá para tratar desses temas sem uma abordagem internacional. Por isso, é fundamental fomentar essa colaboração. A partir desse centro, acreditamos realmente que a colaboração nessas áreas será ampliada, de maneira a integrar desde os estudantes até os pesquisadores mais experientes”.
A programação do seminário prevê sessões de debate divididas por áreas temáticas, apresentações sobre programas de financiamento e opções de apoio financeiro para colaborações científicas bilaterais, identificação de temas transversais e detalhamento de ferramentas institucionais de apoio a parcerias.
Texto: Caio Albuquerque, com reportagem de Sara Lopes (8/7/2025)