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Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e da Universidade de Turim, na Itália, acabam de publicar um artigo que poderá impactar a produtividade da cultura do tomateiro. Publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o estudo revela que as estrigolactonas – hormônios até então associadas somente ao desenvolvimento vegetativo das plantas – são capazes, juntamente com os microRNAs, de influenciar diretamente também seu florescimento e produção de frutos.
O professor Fabio Tebaldi S. Nogueira, do departamento de Ciências Biológicas da Esalq, é um dos pesquisadores envolvidos no projeto e coordenador do laboratório Genética Molecular do Desenvolvimento Vegetal. Nogueira lembra que as estrigolactonas, derivadas dos carotenóides, foram identificadas em 2008 e já foram associadas com resposta a estresses e controle do crescimento vegetativo, embora seu papel na fase reprodutiva ainda era desconhecido. “As estrigolactonas controlam o florescimento de tomateiro ativando a via do microRNA319 (um pequeno RNA regulatório) e reduzindo os níveis de outro fitohormônio, as giberelinas”.
Essa descoberta, segundo o docente, representa uma nova oportunidade de gerenciamento do tempo de frutificação da planta e pode causar um impacto considerável na produtividade da cultura.
O estudo conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pode ser lido na íntegra: https://doi.org/10.1073/pnas.2316371121 .
Texto: Caio Albuquerque (27/5/2024)