Em Roraima, a chuva acumulada apresentou grande variabilidade espacial, de modo que o norte do estado apresentou precipitação acumulada inferior a 30 mm, enquanto o Sul apresentou entre 30 e 60 mm. Os estados do Pará, Tocantins e Roraima registraram predominância do intervalo entre 210 e 240 mm acumulados. No Amazonas e Acre, a média acumulada ficou em torno de 180 a 210 mm, e no Amapá foi acumulado entre 120 e 150 mm de chuva. Na Região Nordeste, o Estado mais chuvoso foi o Maranhão, com chuvas acumuladas entre 210 e 240 mm, seguidos pelo Ceará e Piauí, que apresentaram volumes próximos, mas com variabilidade maior. Na Bahia, a variabilidade também foi alta, predominando volumes entre 180 e 210 mm. No Rio Grande do Norte, os valores acumulados ficaram entre 90 e 120 mm, enquanto que na Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, o intervalo predominante foi de 30 a 60 mm. Na Região Centro- Oeste, as chuvas acumuladas no norte do Mato Grosso e Goiás ficaram entre 210 e 240 mm, enquanto que no sul dos dois estados, choveu menos, acumulando entre 90 e 120 mm. No Mato Grosso do Sul, as chuvas foram menos volumosas e ficaram entre 30 e 60 mm. No Espírito Santo e no Rio de Janeiro, a maior parte da área teve chuva acumulada entre 210 mm e acima de 240 mm, assim como o norte e sudeste de Minas Gerais, no restante do Estado, predominaram valores entre 150 e 180 mm. Em São Paulo, os valores ficaram entre 30 mm e 60 mm. Por fim, na Região Sul do país, a chuva variou entre os três estados da seguinte forma: no oeste do Paraná, choveu entre 30 e 60 mm, já no oeste do Rio Grande do Sul, choveu menos de 30 mm, enquanto no restante da Região Sul, predominaram valores entre 180 e 210 mm.
Valores de armazenamento de água de até 15% foram registrados no norte de Roraima, na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e na região nordeste da Bahia, bem como no Mato Grosso do Sul. No Rio Grande do Norte, o armazenamento de água no solo ficou entre 15 e 45% e, no Ceará, entre 30 e 90%, com exceção do sudoeste do Estado, onde foram registrados valores superiores a 90%. No Mato Grosso, Goiás e em Minas Gerais, houve heterogeneidade entre as regiões, com valores variando de 0 a maiores que 90%, esse último no norte do Mato Grosso e de Goiás e em grande parte de Minas Gerais. Em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul, o armazenamento variou de 0 a 90%. Já em Santa Catarina, as condições foram mais favoráveis, com valores de armazenamento predominantemente de 75 a 90%. No restante do país, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, os valores acumulados de armazenamento foram superiores a 90%.
As maiores temperaturas do país, superiores a 35°C ocorreram na Região Nordeste, nos Estados do Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba, e em áreas pontuais do Cerará, Pernambuco, Sergipe e Bahia. No restante da Região Nordeste, em Roraima e em extensas áreas da região central do Amazonas na Região Norte, bem como no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul na Região Centro-Oeste, prevaleceram máximas entre 33 e 35°C. No Amapá, Pará, Acre, Rondônia, no restante do Amazonas, em Goiás e em toda a Região Sudeste, com exceção de São Paulo, a temperatura máxima ficou entre 31 e 33°C. Por sua vez, em São Paulo, as máximas variaram de 29 a 31°C. Já na Região Sul, foram registradas as menores temperaturas máximas do país, entre 27 e 29°C.
Áreas pontuais da Região Nordeste, nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, e grande parte do Amazonas registraram as maiores temperaturas mínimas, superiores a 25°C. Nos demais estados das regiões Nordeste e Norte, bem como no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, as mínimas prevaleceram entre 23 e 25°C. Em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e no centro-norte do Paraná, as mínimas ficaram entre 21 e 23°C. No sul do Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, foram registradas as menores temperaturas mínimas do país, entre 19 e 21°C.
Tempo e agricultura brasileira
A semeadura da safra 2023/24 de soja foi encerrada no último decêndio de fevereiro. A colheita progride bem, com 38% da área projetada já colhida, valor 4 p.p. superior ao observado no mesmo período na safra 2022/23, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse ritmo mais acelerado das operações de colheita se deve, principalmente, aos incrementos reportados nos estados do Centro-Oeste e no Paraná. As estimativas de produção continuam sendo revisadas para baixo conforme a colheita avança pelo território brasileiro, o que se deve aos extremos climáticos ocorridos durante o ciclo da soja, como a falta ou o excesso de chuvas e as altas temperaturas, que comprometeram o potencial produtivo nos maiores polos de produção do país. Até então, a exceção notável é o Rio Grande do Sul, o qual, após duas quebras consecutivas na safra da soja, tem boas perspectivas de produtividade, projetada pelo Sistema TEMPOCAMPO com um aumento de 51% ante a safra passada.
No Mato Grosso, a colheita segue em ritmo acelerado, já contemplou 76,44% da área prevista (Figura 1), de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Apesar de pouco superior ao superior à área colhida no mesmo período na safra 2022/23 (76,27%), o percentual colhido na safra atual segue adiantado em relação à média dos últimos cinco anos (72%). No entanto, a evolução da colheita ocorre de forma desuniforme pelo território mato-grossense, com as regiões médio-norte e oeste mais avançadas (97,38% e 95,62% já concluídos, respectivamente), e a norte mais atrasada (51,48%). O avanço das operações de colheita se deve à redução das chuvas no Estado, o que também beneficiou as lavouras em maturação, por favorecer a perda de umidade dos grãos. O rendimento das áreas colhidas tem sido inferior ao das últimas safras, de modo que, em sua última atualização, o IMEA reportou produtividade de 52,81 sc/ha (redução de 15,23% em comparação à safra 2022/23) e produção de 38,44 milhões de toneladas (15,17% inferior ao ciclo passado). Essa quebra é explicada pela falta de chuvas atrelada às elevadas temperaturas durante o ciclo da soja, o qual foi encurtado, sobretudo nas áreas de soja de ciclo precoce ou médio. Desse modo, o potencial reprodutivo das plantas foi comprometido, levando à queda de flores e à menor quantidade de vagens por planta.
No Mato Grosso do Sul, a Conab reportou que a colheita atingiu 47% da área semeada, 23 p.p. adiantada em relação ao mesmo período na safra passada. Apesar do registro de chuvas irregulares em fevereiro, as operações de dessecação e de colheita progrediram. No sudoeste do Estado, o ciclo da cultura foi antecipado devido ao estresse hídrico. Segundo o Consórcio Antiferrugem, foram reportadas 35 ocorrências de ferrugem-asiática nas lavouras sul-mato-grossenses, sendo 21 delas apenas no primeiro decêndio de fevereiro (Figura 2). O número de casos está aquém ao registrado na safra passada, quando foram reportadas 57 ocorrências, sendo 32 delas em fevereiro. Essa diminuição dos casos pode ser explicada pelo longo período de estiagem que acometeu o Estado, sobretudo no início da safra, o que não favoreceu o estabelecimento de condições ideais à disseminação do fungo. Em Goiás, a colheita também avança de modo satisfatório e superior ao registrado na última safra, com 42% da área colhida. De modo geral, as condições foram favoráveis para as lavouras goianas em fevereiro, principalmente para as mais tardias, nas quais o enchimento dos grãos foi beneficiado pelas chuvas.
No Paraná, o Departamento de Economia Rural (DERAL) reportou que a colheita já atingiu 52% da área semeada, em um ritmo notadamente mais adiantado que o observado na safra anterior (Figura 1), quando apenas 17% haviam sido colhidos. Das lavouras remanescentes, 7% estão em condições desfavoráveis, 32% em condições intermediárias e 61% em boas condições. Essa heterogeneidade nas condições das lavouras se dá em função da região e da época de semeadura. Até meados do mês de fevereiro, foram registrados volumes de chuva menores e altas temperaturas, o que favoreceu as operações de colheita, mas prejudicou as lavouras tardias, sobretudo nas regiões norte e noroeste do Paraná. Nas lavouras tardias da região sul, semeadas em sistema de plantio direto e com boa umidade no solo, a soja está em frutificação e se desenvolve de modo satisfatório. No Rio Grande do Sul, a EMATER/RS reportou que a maior parte das lavouras está em floração e enchimento de grãos, estádios muito sensíveis ao déficit hídrico. O mês de fevereiro foi marcado por elevadas temperaturas e por chuvas pontuais e desuniformes, as quais foram insuficientes em muitas áreas e provocaram sintomas de déficit hídrico nas plantas. Por outro lado, o cenário é bastante favorável nas áreas irrigadas, onde as lavouras apresentam potencial produtivo adequado. Apesar da diminuição da umidade, continua o alerta contra a ferrugem-asiática, que já soma 103 ocorrências no Estado e indica a necessidade de monitoramento e da aplicação de fungicidas para controle preventivo.
No Matopiba, de um modo geral, as lavouras estão em boas condições. A colheita está mais avançada em Tocantins, onde alcançou 25% da área segundo a Conab. No Piauí, as operações ainda são incipientes, as lavouras estão predominantemente em enchimento de grãos e maturação. O retorno das chuvas no Matopiba beneficiou as áreas de soja tardia. As chuvas de janeiro e de fevereiro na Bahia favoreceram a recuperação do potencial fisiológico das plantas e o enchimento dos grãos. Ademais, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) emitiu um alerta fitossanitário sobre a ocorrência de ferrugem-asiática na região oeste do Estado, principalmente em Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério. Nas lavouras irrigadas da Bahia, semeadas precocemente, a soja foi prejudicada pelas altas temperaturas e, em Tocantins, a cultura teve seu ciclo encurtado devido ao clima adverso.
De acordo com o último levantamento da Conab, a primeira safra de milho se encontra com 99,5% da área total semeada, um valor próximo ao registrado no ano anterior, já na reta final. A colheita, por sua vez, está 8,2 p.p acima do observado na safra 2022/23. No Estado de Minas Gerais, o desenvolvimento da cultura segue abaixo do esperado devido às condições climáticas, no caso, o alto volume de chuvas registrado em fevereiro. A colheita está sendo iniciada e ainda representa apenas 4% da área total semeada. Há registro de lavouras abandonadas no norte do Estado, onde os valores de chuva acumulada foram mais altos.
Apesar de a primeira safra do milho ter enfrentado fortes chuvas na Região Sul, de acordo com o DERAL/PR, a semeadura da primeira safra já foi finalizada no Paraná. O ritmo acelerado da colheita pode ser explicado pela diminuição do volume de chuvas na primeira quinzena de fevereiro, em comparação ao mesmo período de 2023, o que favoreceu as operações a campo, bem como facilitou o tráfego de maquinário nas lavouras. Na segunda quinzena de fevereiro, o aumento das chuvas desacelerou o ritmo dessa operação, mas a maioria das lavouras segue sob boas e médias condições de cultivo. Além disso, houve um encurtamento do ciclo do milho devido às altas temperaturas registradas, apresentando produtividades abaixo do esperado, sobretudo nas regiões sul e sudeste do Estado, onde os volumes excessivos de chuva no início do ciclo e fase de florescimento foram os responsáveis pela perda de produtividade, devido à diminuição da taxa de fotossíntese. Também houve ocorrência de lagartas desfolhadoras no oeste e no centro-oeste do Paraná, favorecida pelas altas temperaturas que encurtam o ciclo de vida da praga e permitem sua reprodução acelerada.
Em Santa Catarina, a colheita avança mediante a redução do volume de chuvas, em semanas de chuvas mais volumosas essa etapa tem seu ritmo diminuído. De acordo com o boletim EPAGRI/SC, as áreas colhidas apresentam produtividade reduzida devido ao excesso de chuvas no início da safra e ocorrência de dias nublados, que contribuíram para a diminuição da fotossíntese. No Rio Grande do Sul, de acordo com a EMATER/RS, a colheita da primeira safra está sendo intensificada devido às altas temperaturas, ausência de nebulosidade e redução da umidade relativa do ar, de modo que a área colhida já representa 66% da área semeada.
De acordo com a Conab, houve queda na estimativa para a segunda safra do milho, que atualmente é de 88,1 milhões de toneladas, 3 milhões abaixo da projeção do mês de janeiro. Segundo a EMATER/RS, juntamente com essa redução na produtividade, a queda na cotação do milho está sendo um desafio, pois em alguns casos, os custos de produção não estão sendo cobertos.
No Estado do Mato Grosso do Sul, a APROSOJA/MS indica que a área semeada com milho segunda safra já representa 17,2% da área total estimada, uma porcentagem alta para o período, o que se deve ao fato de que muitos produtores que não conseguiram semear a soja no período adequado, devido à escassez de chuvas no início da safra, e optaram por antecipar a semeadura do milho de segunda safra. No Mato Grosso, o IMEA aponta que 80,38% da segunda safra já foi semeada (Figura 3), sendo este valor 7,72 p.p acima do observado no ano anterior, esse avanço na marcha de semeadura se deve à redução das chuvas, que favorece as operações do maquinário agrícola. No Estado de Goiás, a Conab aponta que 49% da semeadura já foi realizada (Figura 3), uma porcentagem próxima a do ano anterior, quando 50% da área havia sido semeada, e as chuvas estão permitindo um bom desenvolvimento inicial das lavouras.
Por fim, o boletim DERAL/PR aponta que, no Paraná, a área destinada à segunda safra está 66% semeada (Figura 3), estando 94% dela sob boas condições. Nas regiões norte e noroeste, a semeadura ocorre em ritmo acelerado e favorecido pela umidade do solo, devido às últimas chuvas ocorridas, acompanhadas de chuva acumulada moderada no mês de fevereiro, a qual favoreceu as operações em campo, bem como pela colheita antecipada da soja. Nas regiões oeste e centro-oeste, algumas lavouras estão sendo prejudicadas pelas chuvas irregulares e ocorrência de lagartas da soja.
A semeadura da safra de algodão está na reta final, com 99,5% da área já semeada, restando apenas Bahia e Goiás, com 98,4% 90% da área semeada, respectivamente. De maneira geral, as lavouras estão se desenvolvendo bem e em condições favoráveis. Nesse sentido, houve mudanças relevantes nas estimativas da Conab: embora ainda seja esperada queda na produtividade, o último levantamento da Conab indicou um recorde na produção de algodão, com 3,3 milhões de toneladas esperadas, o que representa 3,6% a mais que o obtido na safra 2022/23. Esse aumento se deve ao incremento na área destinada ao cultivo do algodão, alavancado principalmente pelo Mato Grosso.
No Mato Grosso, a semeadura foi finalizada no último decêndio de fevereiro, segundo o IMEA (Figura 4). A marcha de semeadura do algodão no Estado ocorreu de modo antecipado e significativamente mais acelerado que o ritmo observado no ciclo passado. Isso é explicado pelas condições meteorológicas contrastantes: enquanto a semeadura da safra 2022/23 do algodão foi prejudicada pela colheita mais lenta da soja devido às chuvas, os trabalhos a campo da safra atual foram favorecidos pelo menor volume de chuvas e pelo encurtamento do ciclo da soja. Desse modo, o IMEA reportou que aproximadamente 90% da área prevista foi semeada dentro da janela considerada ideal. Muitas lavouras já estão em estádio de florescimento, o que reforça a importância do manejo fitossanitário contra o bicudo e percevejos. No Mato Grosso do Sul, as lavouras estão em estádios reprodutivos e estão apresentando desenvolvimento satisfatório e uniforme, o que estimulou a semeadura da segunda safra em detrimento ao milho, cuja expectativa de rentabilidade está baixa. Em Goiás, as lavouras também estão em boas condições e a maioria está em desenvolvimento vegetativo e floração. A semeadura da safra de verão foi encerrada, mas continua nas áreas de segunda safra. A ocorrência alternada chuva com períodos ensolarados favoreceu o desenvolvimento da cultura nos polos produtores goianos.
No Matopiba, apenas a Bahia ainda não finalizou a semeadura (Figura 4). Houve uma redução da área de algodão de sequeiro na Bahia devido aos riscos climáticos, mas parte do cultivo foi destinado para áreas com irrigação. No Maranhão e no Piauí as lavouras estão se desenvolvendo bem, favorecidas pelo retorno das chuvas.
De acordo com o último levantamento divulgado pela Conab, a safra de arroz está 99,9% semeada, restando apenas o Estado do Maranhão para finalizar as operações. Além disso, a colheita continua e já totalizou 5,9% da área projetada. Segundo a EMATER/RS, no Rio Grande do Sul, a colheita ainda é incipiente e predominam lavouras ainda em florescimento e enchimento de grãos. As plantas foram beneficiadas pela redução da nebulosidade e aumento da radiação solar e boa disponibilidade de água no solo. Ademais, a disponibilidade de água nos reservatórios continua suficiente. Apesar de as projeções indicarem produtividades dentro da média, os produtores gaúchos se preocupam com um potencial queda na produção devido aos impactos do El Niño, sobretudo no início da safra de arroz, com chuvas em excesso no Estado e atraso na semeadura. Outro efeito do fenômeno foi a redução da radiação solar, limitando o potencial produtivo da cultura. Em Santa Catarina, a colheita está mais avançada, já contemplou 39% da área semeada (Figura 5) e ocorre de forma mais intensa nas lavouras precoces, onde a qualidade dos grãos reportada é inferior à obtida nas áreas tardias.
No Mato Grosso, as lavouras estão se desenvolvendo bem e foram favorecidas pelas chuvas de janeiro e fevereiro. A colheita já atingiu 6,1% da área prevista (Figura 5) e seu início foi precoce em relação à safra anterior, quando, nessa mesma época, ainda não havia começado. O incremento na colheita se deu nas áreas irrigadas, com boa qualidade de grãos. Em Tocantins, as condições também foram favoráveis à cultura, à realização dos tratos culturais e à colheita, a qual já alcançou 12% da área semeada (Figura 5). As chuvas permitiram que os reservatórios atingissem níveis ideais para a captação de água, o que foi importante principalmente para as lavouras tardias. No entanto, tem sido reportada desuniformidade na maturação dos grãos à medida que a colheita avança no Estado.
Segundo o último levantamento da Conab, a semeadura da primeira safra de feijão já foi finalizada. Além disso, a colheita está atrasada em relação ao ano passado, está 20,5 p.p. abaixo do observado na safra 2022/23. É esperada uma queda na produção nacional de feijão, devido à ocorrência das ondas de calor e às chuvas mal distribuídas. A primeira safra foi prejudicada pelo excesso de chuvas, atraso na semeadura e na ressemeadura, além disso, o atraso na colheita está impedindo o avanço da semeadura da segunda safra, que já foi iniciada, mas também está atrasada.
No Piauí, a marcha de semeadura foi a mais lenta em comparação com os demais estados produtores de feijão, esse atraso ocorreu devido à irregularidade das chuvas observada na região norte do Estado. Na Bahia, a colheita ainda não foi iniciada, o que representa um atraso expressivo em comparação com a safra anterior, quando essa operação já havia sido realizada em 55% da área total. Essa disparidade é observada devido aos atrasos na semeadura e ressemeadura. Além disso, as regiões norte e centro-norte do Estado apresentam ocorrência de pragas, como a mosca-branca, favorecida pelo tempo quente e seco.
Na Região Sudeste, o Estado de São Paulo é o único onde a colheita já foi finalizada, similarmente ao que foi observado na safra anterior. No entanto, no Estado de Minas Gerais, a colheita está 36 p.p. abaixo do valor mensurado na última safra, essa operação está sendo dificultada pelo alto volume de chuvas ocorrido em fevereiro, significativamente superior ao registrado no mesmo período no ano passado.
De acordo com o DERAL, a colheita de feijão primeira safra no Paraná já foi finalizada, ainda que a chuva ocorrida nas últimas semanas tenha reduzido o ritmo das operações. Além disso, a semeadura da segunda safra já alcança 90% da área esperada no Estado e 97% das lavouras estão em boas condições fitossanitárias.
Com informações do Sistema TEMPOCAMPO (4/3/2024)