Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de setembro

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Em grande parte da Região Centro-Oeste, as chuvas foram inferiores a 30 mm. Volumes insuficientes de chuva foram registrados em todo o estado de Goiás, no centro-norte e no leste do Mato Grosso do Sul e no nordeste e no sudeste do Mato Grosso. Nas demais áreas do Centro-Oeste, as chuvas foram mais abundantes, com destaque para o norte do Mato Grosso e sudoeste do Mato Grosso do Sul. O tempo seco também prevaleceu na Região Nordeste. Volumes de chuva de 30 a 90 mm foram registrados apenas no centro sul e no sul da Bahia, no noroeste e no centro do Maranhão, em Sergipe, Alagoas e nas regiões costeiras da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Na Região Sudeste, acumulados menores do que 30 mm foram observados no norte, no nordeste e no triângulo de Minas Gerais. Nas demais áreas do Sudeste, as chuvas ficaram entre 30 e 90 mm. Os maiores volumes de chuva ocorreram em São Paulo, nas regiões de Sorocaba e de Santos e litoral sul do estado. Os maiores volumes de chuva do país ocorreram nas regiões Norte e Sul. No norte do Amazonas, o total de chuvas superou 120 mm, em Roraima e no Paraná, esse valor foi maior do que 240 mm. Totais de chuva de até 60 mm predominaram no Rio Grande do Sul.

Os menores valores de armazenamento de água no solo, inferiores a 15%, foram registrados na maior parte dos territórios das regiões Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e em grande Parte da Região Norte. Baixos valores de armazenamento, inferiores a 30%, foram registrados em uma faixa que se estende em sentido latitudinal do pantanal do Mato Grosso do Sul até o sul de Minas Gerais, no norte do Mato Grosso, em Rondônia, no sul do Amazonas, no Pará e no Amapá. Os maiores valores de armazenamento, superiores a 75%, foram registradas apenas no norte do Amazonas, em Roraima, no Paraná e em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, o armazenamento variou, predominantemente, de 30 a 60%.

Em uma extensa faixa que cobre grande parte das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, as temperaturas máximas superaram 33°C. Nas demais áreas dessas regiões, as máximas ficaram entre 29 e 33°C, com exceção do norte do Amazonas, onde as máximas variaram de 25 a 27°C. No sul de São Paulo e em todos os estados da Região Sul, foram registrados os menores valores de temperatura máxima, que se mantiveram abaixo de 25°C.

As menores temperaturas do país, abaixo de 10°C, ocorreram nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No norte e no noroeste do Paraná, as mínimas variaram de 13°C a 16°C, nas demais regiões do estado, as mínima mantiveram-se entre 10°C a 13°C. Nos estados da Região Sudeste, prevaleceram mínimas entre 13°C e 19°C. No norte, no leste e no centro-sul do Mato Grosso, e no noroeste de Goiás, as mínimas superaram 22°C. No leste de Goiás e em uma área que se estende do pantanal ao leste do Mato Grosso do Sul, as mínimas ficaram entre 13°C e 16°C. Nas demais áreas da Região Centro-Oeste foram registradas mínimas de 19°C e 22°C. Na Bahia, em Alagoas, em Pernambuco e na Paraíba, predominaram mínimas de 16°C a 19°C. Nos demais estados da Região Nordeste, as mínimas mantiveram-se entre 19°C e 22°C. Na maior parte da Região Norte, as mínimas superaram 22°C.

TEMPO E AGRICULTURA BRASILEIRA

A colheita do milho de segunda safra já foi finalizada. No Maranhão, no Tocantins e no Piauí, as produtividades obtidas superaram as projetadas no início da safra. As lavouras desses três estados foram favorecidas por boas condições climáticas durante seu desenvolvimento. No Mato Grosso, os resultados também foram positivos. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a produção obtida foi de 43,84 milhões de toneladas e a produtividade foi de 102,23 sacas por hectare, valores 35 e 10% superiores aos da safra passada. O tombamento de lavouras, provocado por fortes ventos, dificultou a colheita no Mato Grosso do Sul. As baixas produtividades obtidas em Goiás e Minas Gerais refletiram a falta de chuvas durante o ciclo e os danos provocados por cigarrinhas. No Paraná, as operações de colheita foram desaceleradas pelas chuvas frequentes em setembro. Ataques de cigarrinhas, déficit hídrico e geadas, registrados ao longo da safra, ocasionaram perdas de produtividade. Em São Paulo, os produtores concentram-se na eliminação de plantas de milho voluntárias, resultantes da germinação de grãos, espigas ou partes de espigas perdidas na colheita mecanizada, e que podem se tornar um sério problema para culturas cultivadas em sequência, causando perdas de produtividade por competição ou atuando como hospedeiras de insetos praga.

A semeadura da safra 2022/23 de milho avança na Região Sul. De acordo com o Departamento de Economia Rural (DERAL), a semeadura já foi concluída em 58% da área projetada para a safra de verão do Paraná. Das lavouras já implantadas, 28% encontram-se em fase de germinação e 72% em desenvolvimento vegetativo. A produção de milho paranaense estimada para esta safra é de 3,9 milhões de toneladas, valor 32% superior ao obtido na safra anterior. No Rio Grande do Sul, 62% das lavouras já foram implantadas e encontram-se, predominantemente, em estádio vegetativo. Em Santa Rosa as operações de semeadura já foram concluídas e em Bagé estão em reta final. Embora as baixas temperaturas contribuam para uma menor incidência de insetos praga, sua associação com baixos níveis de radiação solar, causados pela nebulosidade, têm afetado o desenvolvimento inicial das lavouras. Em Santa Catarina, 48% das áreas projetadas já foram semeadas.

Com o encerramento do vazio sanitário nas principais regiões produtoras do país, a safra 2022/23 de soja começou a ser semeada no Brasil a partir de setembro. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma expansão de 3,5% da área semeada e uma produção 22,22% maior em relação à safra 2021/22. A estimativa é de que 42,40 milhões de ha sejam cultivados e 150,36 milhões de toneladas de soja sejam colhidas. O Agroinfo Rabobank estima 148 milhões de toneladas em uma área de 43,2 milhões de ha. As três principais consultorias que atuam no agronegócio brasileiro, Safras & Mercado, AgResource Brasil e Datagro, apontam produções mais otimistas, que variam de 151,4 a 151,8 milhões de toneladas em uma área de 42,8 a 43,03 milhões de ha. Cerca de 4,6% das áreas nacionais projetadas já foram semeadas. A semeadura encontra-se adiantada em relação ao mesmo período da safra anterior nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná. Nos dois últimos, 9% das lavouras já foram implantadas e encontram-se nas fases de germinação e desenvolvimento vegetativo. Para o Tocantins, Piauí, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e algumas regiões do Maranhão, o vazio sanitário foi encerrado no final de setembro, e as operações de semeadura encontram-se em fase inicial.

Em Minas Gerais, a colheita da 3ª safra de feijão está em andamento e 82% das lavouras mineiras já foram colhidas até o momento. As lavouras irrigadas têm mantido boas produtividades mesmo tendo se desenvolvido durante o inverno. As baixas temperaturas registradas durante a safra acarretaram perdas pontuais de produtividade. Na Bahia, as operações de colheita foram concluídas em mais de 30% de toda a área cultivada e as lavouras remanescentes encontram-se, predominantemente, em maturação. Em Goiás, a colheita está em reta final, mais de 97% da área semeada já foram colhidos. A maior parte das lavouras que ainda não foram colhidas está localizada na região sudoeste do estado. No geral, boas produtividades e qualidade de grãos foram obtidas, com exceção de algumas áreas semeadas fora da janela ideal e que foram acometidas por baixas temperaturas e por doenças de solo, em especial a fusariose. A primeira safra de feijão já está em andamento. No Paraná, apesar do alto volume de chuvas nas regiões produtoras, a semeadura já foi concluída em cerca de 28% das áreas projetadas. As chuvas e as boas condições de umidade do solo têm favorecido as lavouras paranaenses em desenvolvimento. Em São Paulo, a semeadura já foi finalizada, e como a maior parte das lavouras do estado são irrigadas, o feijão de primeira safra não tem sido afetado pelo baixo volume de chuvas típico do período do ano. Baixas temperaturas registradas ao longo de setembro podem ocasionar perdas pontuais de produtividade nas lavouras paulistas.

Cerca de 22,4% das lavouras de trigo brasileiras já foram colhidos. Em Goiás, a colheita foi concluída. No Mato Grosso do Sul, 100% da área foram colhidos. Em Minas Gerais, a colheita também já foi finalizada. No Paraná, a colheita avança nas regiões norte e oeste. Cerca de 37% das lavouras do estado já foram colhidos. Produtividades inferiores às projetadas têm sido obtidas. Os efeitos da falta de chuvas e da baixa umidade do solo foram atenuados pelas chuvas das últimas semanas, que beneficiaram as lavouras em fase reprodutiva. No entanto, as chuvas têm atrapalhado as operações de campo e caso continuem recorrentes, os produtores terão dificuldade em colher o trigo com a umidade ideal, doenças fúngicas também poderão ser favorecidas e comprometer a qualidade dos grãos colhidos. Segundo o DERAL, cerca de 2% das lavouras de trigo paranaenses encontram-se em condições ruins, 22% em condições intermediárias e 76% em boas condições. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, as lavouras foram favorecidas pelas condições climáticas. A maior parte das lavouras da Região Sul encontram-se na fase reprodutiva.

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), houve um aumento de 2,51% na moagem de cana-de-açúcar da Região Centro-Sul, durante a primeira quinzena de setembro, em relação à quantidade registrada no mesmo período da safra passada. A quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada aumentou 2,2% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola. Aumentos de 2,02% e de 12,16% também foram observados para produção de etanol e de açúcar, respectivamente. Devido ao melhor desenvolvimento das lavouras, o atual ciclo agrícola deverá ser prolongado. Por essa razão, espera-se que um maior número de usinas permaneça em operação durante os meses de novembro e dezembro, ao contrário do que ocorreu no ano de 2021. Apenas quatro unidades produtoras encerram a moagem de cana-de-açúcar do atual ciclo na primeira quinzena de setembro.

SistemaTEMPOCAMPO | 5/10/2022

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