Daniele Fernanda Maffei, professora do departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq, recomenda que os consumidores fiquem atentos aos sinais de aparência e cor dos alimentos no momento da compra e os higienize bem antes de consumir
Em decisão recente do governo federal, os produtores agrícolas não precisam mais informar a data de validade no rótulo dos alimentos hortícolas. A dispensa já era prevista pela Anvisa, conforme consta na Resolução RDC 259, de 2002.
Segundo Daniele Fernanda Maffei, professora do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, essa medida pode diminuir o desperdício de alimentos no Brasil, evitando o descarte de produtos que possam estar ainda em boas condições de comercialização ou doação.
Daniele também informa que quando o alimento atinge o prazo de validade dado pelo fabricante não significa que ele esteja estragado, e sim que, a partir da data constatada, não há garantia de que o produto seja seguro para consumo. Assim, o fabricante não pode ser responsabilizado legalmente por problemas que surgirem em vegetais frescos. “Nós temos diferentes tipos de vegetais, com características intrínsecas distintas. Aqueles mais ricos em água tendem a se deteriorar mais rápido, e essas características, bem como as condições de armazenamento desses produtos, é que vão determinar o quão rápido esse alimento vai se deteriorar”, afirma.
Como identificar os melhores alimentos
Conforme explica a professora, o consumidor deve ser responsável pela avaliação final do produto. Características como aparência, tamanho e cor são fáceis de serem avaliadas no momento da compra, mas sabor, aroma e textura, por exemplo, apenas no momento em que a embalagem for aberta é que o consumidor conseguirá qualificar. “Precisamos deixar claro que não existe risco zero, ou seja, mesmo quando um produto está dentro do prazo de validade o consumidor deve ficar atento e descartar caso perceba qualquer alteração”, reforça ela.
A especialista indica que o consumidor não deve remover as partes estragadas de um alimento e ingerir o restante, pois isso compromete a sua saúde. Também é importante higienizar os produtos antes de consumo, lavando com água corrente as sujeiras visíveis e utilizando produtos sanitizantes para reduzir a contaminação microbiológica presente. “Para isso, devem ser utilizados produtos permitidos para a higienização de hortifrutícolas. Essa informação de que o produto pode ser utilizado para essa finalidade deve constar no rótulo, bem como as instruções de como deve ser feito o uso para uma correta higienização”, conclui.
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Texto: Redação do Jornal da USP | Arte: Ana Júlia Maciel