Estudo publicado pelo Grupo de Geotecnologias em Ciência do Solo está entre os mais acessados do mundo

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Acervo Geocis
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Ao longo dos anos, a ocupação antrópica modifica a configuração das paisagens e o uso determinado de cada área influencia no processo de exposição ou manutenção da superfície terrestre.

“Mapear o uso do solo ao longo do tempo tem impacto em várias áreas do conhecimento, em especial na agricultura”, pondera o professor José Alexandre de Melo Demattê, do departamento de Ciência do Solo, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

Demattê orientou estudantes da Esalq, todos membros do Grupo de Geotecnologias em Ciência do Solo (Geocis) no desenvolvimento do artigo Bare Earth’s Surface Spectra as a Proxy for Soil Resource Monitoring, publicado na revista Scientific Reports da editora Nature. (Leia o artigo)

O estudo traz dois importantes produtos para a comunidade científica envolvida com a área de mapeamento remoto de solo. O primeiro é um mapa de reflectância superficial do solo exposto de todas as áreas do mundo. Ele mostra áreas da superfície da Terra naturalmente expostas, como afloramentos de rocha e desertos. Em simultâneo, o grupo conseguiu detectar quantas vezes num período temporal de 40 anos, um mesmo local ficou exposto as intempéries.

Em suma, segundo o docente foi apresentado um sistema tecnológico inovador com repercussão mundial no qual, a partir de imagens de satélite, a camada superficial terrestre fica visível ao ser humano, mesmo tendo alguma cobertura natural ou antrópica intermitente.

De acordo com os pesquisadores, ao descobrir a superfície exposta da Terra, as cores de sua variação na paisagem ficam mais evidentes e estão diretamente ligadas às variações de textura, minerais e matéria orgânica.

Demattê reforça que tal produto, tem forte impacto em várias áreas do conhecimento e para a sociedade e, no caso das ciências agrárias, contribui no mapeamento de solos, na determinação dos ambientes de produção, na determinação de zonas de manejo, agricultura de precisão, escolha de terras, manejo do solo, planejamento de áreas, monitoramento ambiental e até na exploração mineral.

Participação – O professor Demattê lembra que o desenvolvimento deste trabalho foi realizado em um ano, desde a concepção até a publicação. Como destaque, frisa que o trabalho contou unicamente com todos os alunos do grupo GeoCiS - de todos os níveis, iniciação cientifica, mestrandos, doutorandos e pós doutorandos. “Isso mostra a importância da interação de alunos nas pesquisas e seu potencial para inovação”.

Na última semana de março de 2021, o artigo figurou entre os "top 100" mais visitados do mundo na referida revista ( https://www.nature.com/collections/iiagaedbbh).

Leia o artigo na íntegra em https://www.nature.com/articles/s41598-020-61408-1

Texto: Caio Albuquerque, com informações do Geocis/Esalq

31/03/2021

Earth’s bare surface reflectance