Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de julho

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Mapa 1 e Mapa 1 (Sistema TEMPOCAMPO)
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O mês de julho foi marcado pela estiagem entre as regiões agrícolas do país com exceção das regiões norte e sul, nas quais o volume de chuva foi superior a 180 mm. Destaque para o estado de Roraima onde a chuva total superou 240 mm (Mapa 1). No centro-oeste, em contraste, praticamente não choveu e a chuva acumulada não passou de 30 mm, com seca em todo o território. A mesma situação foi observada em quase toda a região sudeste, com exceção de algumas localidades na zona litorânea, onde o volume variou entre 30 e 60 mm. Na região nordeste, o volume de chuvas oscilou entre 30 mm e 150 mm. No MATOPIBA, a chuva acumulada não passou de 30 mm (Mapa 1).

Em virtude da restrição de chuvas o armazenamento hídrico no solo ficou abaixo de 15% na maior parte do território brasileiro. Exceção foram os extremos norte e sul do Brasil, onde o armazenamento hídrico foi superior a 45%. Destaque para Roraima onde a umidade do solo foi superior a 90% (Mapa 2). No MATOPIBA, o armazenamento hídrico ficou abaixo de 15%, com exceção da região oeste do Maranhão, onde a umidade do solo atingiu o intervalo de 15 a 30%. Na maior parte do território nordestino o armazenamento hídrico foi inferior à 15%, entretanto, devido às chuvas no litoral e tabuleiros costeiros a umidade subiu e passou dos 45%.

Nas regiões norte e centro-oeste, as temperaturas máximas foram de 25°C a 33°C, com destaque para os estados do Mato Grosso, Rondônia, Pará e Rio Grande do Norte, bem como a região do MATOPIBA, onde as temperaturas máximas atingiram 33°C no mês de julho. Exceção foi a Bahia, onde as máximas ficaram abaixo de 25°C em boa parte do Estado. O mesmo ocorreu nas regiões sul e sudeste, onde as temperaturas máximas também ficaram abaixo dos 25 °C (Mapa 3).

As mínimas ficaram acima de 22°C na região norte e nordeste. Para a região sudeste, os valores de temperaturas mínimas oscilaram no intervalo de 13 ºC a 19 ºC. Na região sul do país, as mínimas foram inferiores à 10°C. Destaque para o sul do Paraná, quase todo o território de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde as mínimas ficaram abaixo de 10°C na média do mês, com frio intenso e com ocorrência de geadas. (Mapa 4).



Mapa 3 e Mapa 4

TEMPO E AGRICULTURA BRASILEIRA

O frio intenso provocou geadas na região centro-sul do território brasileiro no início do mês de julho, afetando o desenvolvimento das pastagens na região de Araçatuba em São Paulo, incluindo áreas produtoras de milho no sul e oeste do Paraná. Felizmente, foram registrados apenas danos pontuais nessas lavouras de milho, uma vez que já estavam bem avançadas, reduzindo os danos causados pelo frio. Apesar de mínimos, esses danos se somam às dificuldades enfrentadas pelos produtores do Paraná na condução das lavouras de feijão no estado do Paraná, que foram bastante afetadas pela estiagem em fases importantes para a formação da produção da cultura.

Com o afastamento da primeira massa de ar polar para o oceano Atlântico, ainda na primeira semana do mês de julho, o frio ficou restrito às regiões serranas da região sul. Durante o mês de julho o tempo firme e sem chuvas para a região de Minas Gerais, favoreceu os trabalhos de colheita do café e sustentou os preços da cultura. Por outro lado, devido às chuvas na região sul, os cafeicultores paranaenses enfrentaram dificuldades na secagem do café, devido ao clima mais frio e úmido.

As lavouras de trigo no Rio Grande do Sul, após se recuperarem do excesso de chuvas em consequência da passagem de dois ciclones pela região, tiveram seu desenvolvimento vegetativo prejudicado pelo surgimento de doenças favorecidas pelas condições do tempo ao longo do mês. Uma segunda frente fria ganhou intensidade no final do mês e baixou as temperaturas novamente, afetando as lavouras do norte gaúcho por causa do excesso de umidade do solo, com perdas na adubação, lixiviação de nutrientes e dificuldades para operações de campo.

O clima seco em São Paulo e no Centro-Oeste acelerou a moagem da cultura-da-cana-de-açúcar, uma vez que as condições climáticas desde o mês de abril possibilitaram o corte e transporte com alta eficiência, principalmente na última quinzena de julho, quando houve um recorde na moagem quinzenal da safra 2020/2021. Devido ao reflexo da maior moagem, da melhor qualidade da matéria prima e do mix açucareiro, a produção de açúcar aumentou em relação à safra anterior.

O baixo volume de chuvas registrados nas duas últimas semanas do mês de julho contribuiu para acelerar a maturação das lavouras de milho segunda safra no Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. Na verdade, o clima favorece colheita do milho segunda safra e das demais culturas em fase de maturação em praticamente todo o Brasil, com exceção da região sul, onde a chuva atrasou a colheita.

Para a cultura do algodão, as condições climáticas foram favoráveis e as lavouras apresentaram bom desenvolvimento no MATOPIBA, acelerando a maturação. No estado da Bahia, as lavouras não sofreram com problemas climáticos e o veranico de dezembro não causou danos ao desenvolvimento dos algodoeiros.

Com informações do Sistema TEMPOCAMPO

31/07/2020