Trajetória e atuação profissional.
Ingressei no curso de Engenharia Florestal da Esalq no ano de 2004 e no primeiro ano, comecei a fazer um estágio na área de qualidade da madeira para produção de celulose em um laboratório dentro do campus. Em 2007, tive a oportunidade de participar do Brafitec, programa de intercâmbio de estudantes de engenharias que engloba diversas universidades brasileiras e francesas. Fui, durante um ano, aluno da Escola Nacional de Engenharia Rural, Águas e Florestas em Nancy, França, onde estagiei em um laboratório de tecnologia da madeira da própria universidade e cursei algumas disciplinas do curso de Engenharia Florestal da instituição. No final de minha estadia, fiz um estágio no CTP (Centro Técnico do Papel), um dos centros de pesquisa mais importantes do mundo na área de celulose e papel. No retorno à Esalq, para completar os créditos para me formar, precisei de mais 6 meses. Assim, apesar de ser da turma de 2008, me formei no meio de 2009. Após a graduação, iniciei um mestrado na área de qualidade da madeira e processos de produção de celulose na Esalq, concluído em dezembro de 2011. Em 2012, iniciei o doutorado na mesma área e instituição. Em 2013, ainda como aluno de doutorado da Esalq, fui contratado pela Eldorado, grande empresa produtora de celulose, para trabalhar na área de Engenharia. Conquistei o título de Doutor em 2015. Permaneci na Eldorado por 6 anos, até 2019, quando deixei a empresa para trabalhar na Suzano, maior produtora mundial de celulose. Atualmente sou Coordenador de Engenharia na empresa.
Fale um pouco sobre suas atribuições.
Na Suzano, desenvolvo estudos para melhorar os processos das unidades da companhia (ao todo são 7 espalhadas pelo Brasil). Também atuo em projetos de expansão da empresa. Minha função é extremamente técnica, cujo principal objetivo é buscar soluções para a melhoria dos processos, aumentando a rentabilidade do negócio sem colocar em risco a segurança das pessoas envolvidas e do meio-ambiente. Assim, é de fundamental importância para garantir a competitividade da indústria de celulose e papel no mercado internacional.
Quais os principais desafios desse setor?
O principal desafio do setor florestal, mais especificamente do setor de celulose e papel, é garantir a qualidade do que produzimos, com um mínimo impacto social e ambiental, a um custo de produção competitivo. Isso está diretamente relacionado ao contínuo desenvolvimento industrial e florestal do Brasil frente ao mercado internacional. O desenvolvimento de novos produtos e a contínua evolução dos nossos processos são peças chave para que esses desafios sejam superados.
Que tipo de profissional esse mercado espera?
O mercado espera profissionais com sólida formação acadêmica, que estejam preparados para enfrentar os desafios que virão nas próximas décadas. A quarta revolução industrial já é uma realidade, o que obriga os novos profissionais a se prepararem para os assuntos relacionados a ela. Assim, estar antenado aos desenvolvimentos tecnológicos da Indústria 4.0 é fundamental, com temas como big data, internet das coisas e sistemas de informação. Porém, tão importante quanto isso é garantir o conhecimento de base, que é desenvolvido ao longo da formação pessoal e profissional de cada um. No caso dos estudantes da Esalq, boa parte dessa base é adquirida durante a graduação, sobretudo a formação técnica das áreas de atuação profissional. Recomendo que a aquisição de conhecimento seja complementada fora da sala de aula, seja na leitura de livros, artigos científicos ou visitas técnicas, o que dará a este profissional um grande diferencial na busca por espaço de trabalho no futuro. Estar por dentro do que acontece no mundo também é importante.
Texto: Letícia Santin | Estagiária de jornalismo
Revisão: Caio Albuquerque
13/09/2019