Sistema TEMPOCAMPO divulga novo boletim

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Mapa 1 e Mapa 2 (Sistema TEMPOCAMPO)
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O mês de maio foi marcado por volume de chuvas abaixo da média nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. No Norte e Sul do país os volumes foram maiores, superando os 180 mm em algumas regiões do Pará, Maranhão e Rio Grande do Sul (Mapa 1).

Os menores valores acumulados foram observados no sudeste do Mato Grosso, sul de Goiás, norte de São e triângulo mineiro, regiões de grande importância agrícola para o país. Como consequência, o armazenamento de água no solo não superou 30%, dificultando o desenvolvimento das lavouras. No Rio Grande do Sul, Santa Catarina e grande parte do Estado do Paraná o teor de água no solo variou de 45 a 90%, favorecendo o bom andamento da safra de inverno (Mapa 2).

A entrada de várias frentes frias ao longo do mês de maio foi responsável por manter as temperaturas mais amenas. Na região Sul, as máximas não superaram os 27 °C, enquanto que no Nordeste e em regiões do Centro-Oeste oscilaram de 27 a 33°C. As mínimas ficaram abaixo de 19°C em quase toda a região Sul e grande parte dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais (Mapa 3 e 4).  

TEMPO E AGRICULTURA BRASILEIRA

Iniciou-se no mês de maio a colheita do milho safrinha nos estados Mato Grosso e Paraná, maiores produtores nacionais. As projeções para a safra atual são otimistas devido as condições meteorológicas favoráveis em ambos os estados. Espera-se que a produção nacional para a safrinha de milho supere em 21% a safra anterior, que foi penalizada devido a um longo período de estiagem.

Na última semana de maio, estimava-se que 5% do milho safrinha paranaense já havia sido colhido e, das lavouras que ainda se encontram no campo 33%, já estão em fase de maturação, 57% em frutificação e 10% em floração segundo dados do Departamento de Economia Rural (DERAL). Desse montante, 84% está em condições boas, 13% em média e 3% em condições ruins. Com a queda das temperaturas os produtores se preocupam com a ocorrência de geadas que podem causar danos as lavouras que se encontram nas fases de desenvolvimento.

A colheita no Mato Grosso já atingiu 0,26% da área total e está adianta em relação à safra passada, devido a antecipação da semeadura. As condições meteorológicas foram favoráveis ao longo de toda a safra no estado. A boa distribuição de chuvas do mês de maio garantiu altos teores de água no solo, garantindo bom desenvolvimento das lavouras. Porém, lavouras com semeaduras mais tardias podem sofrer danos com o baixo volume pluviométrico do mês de maio.

Já no cultivo tritícola do cerrado brasileiro, em estádio mais avançado de desenvolvimento, o bom volume de chuva contribuiu para o desenvolvimento de brusone e giberela. Além do longo período de molhamento foliar, as temperaturas também se mantiveram muito acima do normal, principalmente as mínimas, contribuindo com o aumento da severidade dessas doenças.

A safra de cana-de-açúcar 2019/20 no Centro-Sul começou com condições meteorológicas mais favoráveis que a anterior, com chuvas regulares e bem distribuídas até o mês de maio. No geral, é esperado uma produção similar à da safra 2018/19, em torno de 556 milhões de toneladas, segundo a previsão do Sistema TEMPOCAMPO; apesar de um aumento de produtividade, a área colhida deverá ser menor. Porém em Minas Gerais o cenário é de otimismo, onde espera-se uma safra maior que anterior. Aliado as condições meteorológicas favoráveis até maio, também é projetado um aumento na área de produção.

A colheita do café iniciou-se antes nesta safra em comparação a anterior. As floradas precoces em 2018 e as altas temperaturas em dezembro e janeiro que aceleram a maturação dos cafezais. Devido a bianualidade dos cafezais, em que é esperado menor produção, e as condições meteorológicas estima-se uma variação negativa de 17,4% em relação à safra passada. A queda de temperatura em maio retardou o amadurecimento dos grãos, enquanto a ocorrência de chuvas dificultou a colheita e causaram a queda de grãos.

As condições meteorológicas favoráveis para os pomares de laranja de São Paulo, Sudoeste e Triângulo Mineiro podem resultar em uma safra recorde. As projeções indicam que a produção será 36% maior que a safra anterior. O otimismo nas estimativas são reflexo da recuperação da produtividade dos pomares que se deve, principalmente, a boa distribuição das chuvas na floração e pegamento dos frutos, ao contrário do que foi observado na safra 2018/19.

O alto volume de chuvas da última quinzena de maio prejudicou a produção de cebola na região de Divinolândia, SP. A alta umidade do solo dificultou as atividades de colheita e acarretou ocorrência de problemas fitossanitários, principalmente camisa d´água (Burkholderia cepacian), aumentando o descarte em até 10% do total colhido. A colheita da cebola na região de Piedade, SP também teve seu ritmo diminuído, porém devido ao menor volume acumulado de chuva, a qualidade dos bulbos não deverá ser afetada.

As chuvas do fim do mês também trouxeram danos a produção de batata, que está no fim safra das águas, no Sul do país e no Cerrado Mineiro. O atraso na colheita e a ocorrência de doenças causaram elevação nos preços. Entretanto, a safra das secas já se iniciou no sul do Paraná e em algumas regiões do Rio Grande do Sul, sendo favorecidas pelo bom volume de chuva do último mês.

Mapa 3 e Mapa 4 (Sistema TEMPOCAMPO)