Mamíferos no campus

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Tatu-galinha (crédito: Alex Bovo)
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Além de ser um dos mais belos campi universitários do País, local onde se desenvolve a vanguarda de diversas linhas de pesquisa, o campus “Luiz de Queiroz” serve de refúgio para diversas espécies da fauna de mamíferos silvestres.

Esse é o resultado de um levantamento liderado por pesquisadores do Laboratório de Ecologia, Manejo e Conservação da Fauna Silvestre (LEMaC), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Além da Esalq, o campus da USP em Piracicaba abriga o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), tem mais de 900 hectares de área, nos quais estão incluídos o parque tombado pelo patrimônio histórico e paisagens naturais preservadas. 

Para o estudo foram coletados dados entre 2003 e 2016 e o resultado apontou que 35 espécies de mamíferos podem ser encontradas nas áreas do campus “Luiz de Queiroz” e do IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), vizinho à universidade.

O trabalho foi publicado na revista Biota Neotropica em 2018, teve como coordenadora a professora Katia Ferraz e contou ainda com a participação de pesquisadores do Cena, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e da FMVZ-USP (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia).

Diferentes grupos de mamíferos foram registrados, incluindo morcegos, pequenos mamíferos (como roedores e gambás) e os médios e grandes como capivaras e felinos. “De modo geral, há uma baixa diversidade de morcegos e pequenos mamíferos comparadas a outras áreas, sendo esses grupos representados apenas por espécies comuns e generalistas, ou seja, que não exigem um habitat conservado”, apontam os autores.

Os pesquisadores revelam também uma riqueza de espécies de médios e grandes mamíferos, aqueles com massa corporal superior a 1 kg. Entre as 17 identificados estão o tatu-galinha, o cachorro-do-mato, o gambá-de-orelha-branca e a capivara. “Esse total representa cerca de 35% das espécies desse grupo presentes no estado de São Paulo. Dessas, três ameaçadas de extinção no Brasil foram registradas nesse estudo, a onça-parda, o gato-mourisco e o gato-do-mato-pequeno, sendo que o gato-do-mato-pequeno é também ameaçado mundialmente segundo a lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza)”.

Diante da diversidade de espécies, a pesquisa reforça a necessidade de medidas de conservação e manutenção dos remanescentes florestais nativos.

Texto: Caio Albuquerque (28/03/2019)

Quati (crédito: Alex Bovo)
Sagui de tufo preto (crédito: Alex Bovo)