Trajetória e atuação Profissional.
Eu me formei na turma de 2017 do curso de Gestão Ambiental, passei a integrar como trainee a equipe da GEOTEC Consultoria Ambiental, na qual, anteriormente, havia cumprido um período de estágio, durante meu último ano como aluno da Esalq.
Durante a minha graduação tive a oportunidade de passar por diversas experiências que contribuíram para o meu direcionamento profissional e para a construção de características, que acredito serem importantes para o mercado de trabalho.
Inicialmente, fui membro do PANGEA (Grupo de Extensão em Sistemas de Gestão Ambiental), onde realizei estudos e treinamentos sobre sistemas de gestão ambiental empresarial, como ISO 14001, buscando aplicar seus conceitos em departamentos da Esalq e onde pude aprender a coordenar atividades, organizar eventos e ter meu primeiro contato com normas técnicas e conceitos de sistemas de gestão que me ajudam a desenvolver meu trabalho, atualmente.
Além disso, fiz parte do GEPEM (Grupo de Estudo e Pesquisa em Manejo de Florestas Tropicais), auxiliando pesquisadores do Laboratório de Silvicultura Tropical (LASTROP) na realização de pesquisas e no qual pude ter mais experiência de trabalhos que envolviam levantamento de dados em campo e análises. Participei, também, do ENACTUS ESALQ - USP, onde pude conhecer mais sobre desenvolvimento de projetos, empreendedorismo e negócios sociais.
Nos últimos anos da graduação, realizei um período de intercâmbio na Universidade de Wageningen, nos Países Baixos, com a oportunidade de cursar disciplinas pouco comuns na Esalq, como direito ambiental internacional, comunicação ambiental e psicologia ambiental. O período de intercâmbio me possibilitou uma nova vivência acadêmica ao trabalhar com pessoas de diversas áreas do conhecimento e de diferentes nacionalidades, e contribuiu muito para o meu desenvolvimento pessoal através da experiência de morar em um outro país e conhecer culturas diferentes.
Comente sobre suas atuais atribuições.
Como trainee na Geotec Consultoria Ambiental, atuo na área de licenciamento de grandes obras de infraestrutura, por meio da elaboração de Estudos de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) e Relatório Ambiental Preliminar (RAP), na elaboração de relatórios de caracterização ambiental, utilizando Sistemas de Informação Geográfica e Geoprocessamento; e na Supervisão e Implementação de Programas de Gestão Ambiental.
A atuação é, em sua maioria, ligada aos estudos para obtenção de licenças e implantação de programas ambientais para obras rodoviárias. Temos atuado também em projetos de parques solares, portos, ferrovias e aeroportos.
Quais os desafios do setor em que atua?
Acredito que um dos principais desafios do setor é assegurar que a implementação e operação dos empreendimentos de infraestrutura seja feita com respeito ao ecossistema em que se realizam e à população afetada por ele, ao mesmo tempo que se têm uma pressão de prazos e custos.
Existe ainda uma dinâmica muito acelerada no setor que faz com que constantemente se tenha mudanças na legislação, novas metodologias e tecnologias. Sendo assim, se torna um desafio profissional também se manter atualizado e capacitado com relação a essas mudanças e ferramentas.
Que perfil esse mercado espera do profissional recém-formado?
Acredito que se espere um perfil resiliente, que possa se adaptar às mudanças e aprender rápido. Ser bem capacitado em diversas ferramentas como Excel, Arcgis, QGIS, softwares de base de dados, pode ajudar muito e acelerar o desenvolvimento profissional. Habilitar-se nessas ferramentas durante a graduação é um bom diferencial e, provavelmente, mais tranquilo que no dia-a-dia da vida profissional.
Conhecimento da legislação também é muito importante e procurar saber como cada disciplina se relaciona com as leis, normas e conceitos de direito ambiental é um bom começo.
Além dessas atribuições técnicas, conseguir permear diversos assuntos que envolvem a área e trabalhar em uma equipe na qual existem pessoas com formações e opiniões diversas é essencial para o crescimento profissional. Esse aspecto pode começar a ser trabalhado ao participar dos diferentes grupos de extensão existentes na Esalq, por exemplo.
Texto: Gabriela Martins Spolidoro | Estagiária de Jornalismo
Revisão: Caio Albuquerque
Entrevista concedida em 20/08/2018