Agrodestaque entrevista Leonardo Menegatti

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CEO da Inceres, Leonardo Menegatti (acervo pessoal)
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Trajetória e atuação profissional.

Entrei em 1995 na Esalq e, a partir do terceiro ano comecei a direcionar minha formação para Agricultura de Precisão. Naquele momento o professor José Paulo Molin estava começando o primeiro projeto da área no Brasil e eu tive a oportunidade de participar. Desde então foquei toda minha carreira e meu desenvolvimento nesta tecnologia. Tive a oportunidade de fazer o último semestre, na época era residência, na Universidade da Califórnia, em Davis, com um professor que também era um dos pioneiros na Agricultura de Precisão, Shrinivasa Upadhyaya. Após a graduação, fiz mestrado na área, ainda com o professor Molin como orientador. Foi muito oportuno porque o mercado amadureceu e começou a pedir por consultoria nessa área. Quando terminei o mestrado abri uma empresa de consultoria para atuar na área de Agricultura de Precisão, a APAgri. Já fazia um pouco disso durante o mestrado e comecei a ter contato com o mercado. A empresa cresceu bastante e virou uma das maiores empresas de consultoria do Brasil. Começamos a ter problemas para trabalhar com grande quantidade de dados e então comecei a investir dentro da empresa em desenvolvimento de Tecnologia da Informação. Isso deu origem ao meu negócio atual, a InCeres. Saí de todos os meus negócios e hoje estou focado na InCeres, uma empresa de desenvolvimento de software. Nosso foco é o empoderamento do agrônomo e o fechamento do ciclo para o produtor rural. Estamos conectando e ligando todas as pessoas do ciclo e empoderando para reduzir o custo da produção brasileira. Levando tecnologia e comunicação para o campo.

Fale um pouco sobre suas atuais atribuições.

A InCeres é uma empresa de desenvolvimento de software. Eu sou o CEO e cuido da estratégia da empresa, gerenciando ações de demanda e compreensão de mercado e comunicação, compreensão de desenvolvimento de TI. Assim aprendi muito sobre desenvolvimento de software. Estou envolvido também no controle de processos, comunicação institucional e governança. Esta é uma questão nova para mim, aprendi muito a trabalhar com governança nos últimos tempos. A InCeres é uma empresa que tem objetivo, aspiração: mudar a maneira como a agricultura acontece, reduzir custo de comida, fazer com que chegue mais barata na mesa das pessoas. Enxergamos o alinhamento da cadeia produtiva como uma ferramenta que vai levar à redução de custo. É uma ferramenta muito importante, pois estamos falando de fome no mundo, do papel do agrônomo e do agricultor na sociedade. São aspectos muito ligados com a base que a Esalq proporcionou. Esse relacionamento com o produtor e com o engenheiro agrônomo está no cerne, no sangue esalqueano.

Quais os principais desafios desse setor?

Em praticamente todos os países a agricultura é o setor econômico menos digitalizado ou o segundo menos, às vezes perde para a pecuária. O desafio é acelerar a digitalização da agricultura. Não porque é legal ou está na moda. O desafio é levar a digitalização com sentido, com fluxo de caixa positivo para todas as pessoas envolvidas. Por isso, o alinhamento de todos os players do mercado é importante, criando valor para todos os elos da cadeia. A digitalização do agro passa sobre a criação de valor para o agrônomo, para o agricultor.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

Um profissional alinhado com as expectativas do mercado, que tenha uma base técnica sólida, mas que não fique só no técnico, que comece a entender de estratégia, de relacionamento, de mercado, que tenha noção de fluxo de caixa e administração de empresas, noção de como as engrenagens do mercado se conectam e se empoderam.

 

Texto: Gabriela Martins Spolidoro | Estagiária de Jornalismo

Revisão: Caio Albuquerque

Entrevista concedida em 13/08/2018