Doutoranda da Esalq é uma das vencedoras do Prêmio Tese Destaque da USP

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Tábata Bergonci receberá o prêmio em 11 de outubro de 2018, na Cidade Universitária (Foto divulgação)

Foram divulgados no dia 20 de agosto, os trabalhos vencedores da edição 2018 do Prêmio Tese Destaque USP. Em sua sétima edição, o prêmio reconhece as teses de doutorado defendidas nos programas de pós-graduação da Universidade nas grandes áreas de conhecimento, de forma a estimular a constante busca pela excelência na pesquisa.

Tábata Bergonci, que realizou sua pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), sob orientação do professor Daniel Scherer de Moura, foi classificada na grande área de Ciências Agrárias com o trabalho "Peptídeos RALF em tecido reprodutivo: caracterização e efeito dos AtRALF4, 25, 26 e 34."

Além da grande área de Ciências Agrárias, serão premiados doutorandos ou doutores das áreas de Ciências Biológicas; Ciências Exatas e da Terra; Ciências da Saúde; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; Engenharias; Linguística, Letras e Artes; e Multidisciplinar. Para cada uma das nove grandes áreas são concedidos um prêmio e duas menções honrosas. O autor da Tese Destaque USP recebe um prêmio no valor de R$ 10 mil e o orientador, recurso para custeio de até R$ 5 mil.

Os critérios de premiação consideram originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação, e valor agregado ao sistema educacional.

O Prêmio Tese Destaque é promovido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP. Os recursos para a premiação são provenientes de convênio da USP com Santander. Os recursos concedidos aos orientadores são disponibilizados através do orçamento da unidade e seguem as regras de execução orçamentária da USP.

A premiação acontecerá em 11 de outubro de 2018, às 10h00, na sala do Conselho Universitário (CO) da USP, rua da Reitoria, nº 374, térreo, Cidade Universitária, São Paulo, SP.                                     

Conheça o trabalho da vencedora da Esalq

O trabalho buscou entender o papel de quatro pequenas proteínas que têm função hormonal. Essas proteínas, chamadas RALF (Fatores de Alcalinização Rápida), estão presentes em todas as plantas. “Utilizando uma planta modelo chamada Arabidopsis thaliana e diversas técnicas de bioquímica e biologia molecular, conseguimos desvendar o papel desses RALFs”, explica a doutoranda.

A pesquisadora relata que foi descoberto que alguns RALFs (principalmente RALF4) presentes no sistema reprodutor masculino da planta, que são o grão de pólen e tubo polínico, são responsáveis por manter a integridade do tubo polínico até que ele encontre o ovário. “Essa manutenção da integridade é importante porque preserva o material genético”, esclarece a pesquisadora.     

Tábata destaca que quando o tubo polínico chega no ovário ele precisa se romper para que as células espermáticas possam fecundar o óvulo. “Nesse ponto entra a segunda descoberta da nossa pesquisa -RALF34, uma proteína expressa no ovário das plantas, que é a responsável pelo rompimento desse tubo polínico e, consequentemente, pela fertilização” destaca

Sobre as perspectivas de ordem aplicada, a pesquisadora ressalta: “nós trabalhamos com fertilização, processo que leva a produção das sementes. Então, as possibilidades de manipulação de um processo de fertilização tem um potencial muito grande, inclusive econômico”, conclui.

A tese de Tábata foi defendida em 2016 e, em dezembro de 2017, o principal artigo referente ao seu trabalho de doutorado foi publicado na revista Science, uma das mais conceituadas revistas do mundo. De lá para cá, o artigo publicado já foi citado por grandes grupos de cientistas ao redor do mundo - 31 citações em oito meses, número considerado alto.

Link para a publicação: http://science.sciencemag.org/content/358/6370/1596 .

Atualmente, Tábata prossegue sua pesquisa estudando via de sinalização de glicoproteínas, faz pós-doc na UNIFESP na área de bioquímica, sob supervisão da professora Helena Nader e mantém alguns projetos de pesquisa juntamente com o professor Daniel Scherer de Moura, do Departamento de Ciências Biológicas da Esalq.

Texto: Alicia Nascimento Aguiar | MTb 32531 | 27.08.2018