Agrodestaque entrevista George Hiraiwa

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George Hiraiwa é egresso da turma de 1982 do curso de Agronomia (Foto: Gerhard Waller)
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Trajetória e atuação profissional.

Antes de cursar Engenharia Agronômica da Esalq, eu morava no interior norte do Paraná, onde naquela época a cafeicultura era predominante. Por isso, na graduação, me identifiquei com as principais matérias de agricultura. Recentemente, fui despertado para as questões de estatísticas, informática que, naquela época, estava começando a engatinhar. Formei-me agrônomo na turma de 1982 e, depois da graduação, fui direto pra Minas Gerais plantar café, trabalhar na área do cerrado, desenvolvendo a cafeicultura. Nessa área permaneci durante 10 anos. Em 1992 mudei totalmente a minha vida e passei a desenvolver projetos nas áreas empresariais. Fui o sexto franqueado do McDonald´s no país, com objetivo de levar a marca para o interior. Me dediquei nesta atividade até 2005 e depois me distanciei de agricultura.

Por acaso, em 2015, fui convidado para ser jurado num hackathon de mobilidade urbana. O Sebrae, o Senai, queriam formatar um arranjo produtivo de TI e surgiu a ideia de fazer um hackathon agro em Londrina (PR). Só não sabíamos que seria o primeiro do país.

A que área ou setor se dedica atualmente? Fale um pouco sobre suas as atribuições.

Assumi a Secretária de Agricultura do Estado do Paraná recentemente. Mesmo sendo um mandato de seis meses, só até dezembro temos total liberdade para visitar polos específicos do estado.

Foi uma grande surpresa voltar para o Agro, diferente até, porque não planto mais, mas voltei no viés da tecnologia e desde então tenho me esforçado para construir um ecossistema de inovação agro, trazendo todos os players da cadeia e de tecnologia no verdadeiro espírito de ecossistema em Londrina. Em um de nossos eventos, com a atual governadora Cida Borghetti, que viu o que está acontecendo na nossa cidade, ela fez o convite para que alguém da cidade assumisse a secretária para inserir esse viés de inovação no âmbito estadual. Esse é o grande desafio que me encontro hoje.

Quais os desafios para este setor?

A experiência que nós temos em Londrina é consagradora. Conseguimos unir todos esses players, ou seja, a academia, os institutos de pesquisas, as entidades privadas, criando esse ambiente de ecossistemas, de maneira que Londrina se posiciona como berçário de ecossistemas. Nós temos, devido essas condições da nossa região, o surgimento de estruturas e startups. Estamos em um processo de consolidação dessa plataforma de conexão AgTech Brasil, uma plataforma na qual queremos que esses ecossistemas se unam, ou seja, troquem informações, troquem sinergias.

Como as novas gerações de profissionais nesse setor podem se posicionar?

Eu considero a região de Piracicaba, uma das cidades que forma os melhores agrônomos, porque tem toda uma estrutura da Esalq, da EsalqTec pode proporcionar isso aos jovens. O contato com a inovação e o direcionamento para esse arranjo entre empresas, universidade e a sociedade. É importante incluir os jovens nesse ecossistema pois são eles que irão possibilitar a inovação.

Texto: Gabriela Martins Spolidoro | Estagiária de Jornalismo

Revisão: Caio Albuquerque

29/06/2018

Palavra chave: 
ecossistemas de inovação, George Hiraiwa