O engenheiro agrônomo André Carioba Amaral, ex-aluno da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq), lidera o processo de renovação do gramado da Arena Corinthians. O estádio foi palco de um dos maiores eventos de caminhões do mundo, o Monster Jam. Com até quatro metros de altura e com peso de cinco toneladas, os caminhões se apresentaram pela primeira vez no Brasil.
O esalqueano conversou em outras ocasiões com a Divisão de Comunicação da Esalq e com a TV USP Piracicaba, para falar a respeito de amostras de solo que enviou para análise do Laboratório de Análise Química do Solo (LAQS), do Departamento de Ciência do Solo (LSO). Na oportunidade, foi analisado o solo de quatro das doze arenas brasileiras que receberam os jogos da Copa do Mundo de 2014, Arena Corinthians; Arena Pantanal (Cuiabá); Beira-Rio (Porto Alegre) e Estádio das Dunas (Natal).
Amaral, profissional de empresa especializada em projetos e tratamentos de gramados dedicados para prática esportiva, comentou que o processo de renovação se iniciou com um contato com arenas do mundo que já receberam o evento. “Analisando o que eles usaram como material de proteção, nós adaptamos para nossa realidade com matérias que temos no Brasil. Uma das arenas que consultamos foi Cardiff, então fizemos um planejamento da proteção desse piso, essa proteção foi seguida a risca e depois de desmontado o evento pudemos perceber que foi um sucesso a proteção do gramado e o campo está em perfeita condições”, disse.
O gramado passará por diversas etapas: raspagem de todo o campo, de gol a gol e de uma lateral para a outra; escovação do gramado para terminar a limpeza e deixar a fibra em pé; adição de 100 toneladas de areia para preparar para receber a semente. “Depois de colocar essa quantidade de areia, nós iremos espalhar, nivelar e dar mais uma escovada no gramado para manter a fibra em pé, para depois não atrapalhar a germinação”, comentou.
Após o processo de semeadura, uma máquina fura o gramado para misturar as areias nova e velha, para que não fiquem duas camadas diferentes. Com o processo de semeadura terminado, será colocada uma manta de germinação em todo o campo, que permanecerá até que as sementes germinem, como comenta André. “Estamos esperando algo em torno de cinco dias. Após isso, começaremos o processo de desenvolvimento do gramado, que aguardamos que leve cerca de 60 dias, aproximadamente, baseando-se na experiência que tivemos acompanhando a reforma do Old Trafford, estádio do Manchester United, para trazer o aprendizado para cá”, contou Amaral.
Em relação à mudança do gramado, Amaral disse que ele vai continuar o mesmo, mas sofrerá algumas melhoras. “O campo permanecerá com as mesmas características, porém, o gramado vai suportar mais o pisoteio e os jogadores terão mais instabilidade, porque é um gramado renovado. A tendência é que o jogador nem perceba a diferença do gramado anterior para esse, só uma melhoria na tração do gramado”, pronunciou.
A liberação do gramado está prevista para a segunda quinzena de fevereiro, porém, Amaral acredita que há possibilidade do gramado ser liberado antes.
Texto: Caio Nogueira
Revisão: Alicia Nascimento Aguiar