Na manhã dessa terça-feira, dia 12 de dezembro, representantes das áreas acadêmica, científica e empresarial reuniram-se na EsalqTec para prestigiar a cerimônia de batismo da sala número três com o nome do professor Carlos Clemente Cerri. A homenagem póstuma foi promovida pela direção da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq) e o Conselho Deliberativo da Incubadora.
O engenheiro agrônomo e gerente executivo da EsalqTec, Sergio Marcus Barbosa, falou sobre a homenagem e sobre o professor. “O professor Cerri foi mentor de uma das nossas mais importantes empresas já graduadas, chamada DeltaCO2, que saiu da sala número três. Nós tivemos a oportunidade de homenageá-lo em vida com o prêmio Empreendetec 2012, mas nada mais justo que eternizá-lo como empreendedor e que ficará registrado nessa singela homenagem que estamos fazendo hoje”, disse.
Representando a Diretoria do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), o professor Luiz Antonio Martinelli disse ser importante homenagear o professor Cerri no ambiente de startup. “O Cena se sente extremamente honrado e feliz com essa homenagem e agradece muito essa iniciativa. Tenho certeza que a semente que o Cerri plantou aqui é somente mais uma árvore que ele plantou em tantos pomares da Ciência”, concluiu Martinelli.
Evaristo Marzabal Neves, representante do Conselho Deliberativo da EsalqTec, citou a grande representação que essa homenagem tem. “Aqueles que utilizarão essa sala vão querer saber quem foi Carlos Clemente Cerri. Não só o entendemos como grande e renomado cientista, mas também como um conhecido empreendedor”, disse Neves.
Em nome da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq), seu vice-diretor, Durval Dourado Neto, ressaltou que “homenagear o professor é valorizar a Ciência, a tecnologia, a competência e o espírito institucional. Trata-se de um profissional exemplar, que honrou a área acadêmica e serve de exemplo para gerações futuras”.
Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, filho do docente homenageado e docente do Departamento de Solos da Esalq, agradeceu o reconhecimento por seu pai. “Em nome da nossa família, nós agradecemos muito essa honrosa homenagem. Nós reconhecemos todos os aspectos dele, mas o que mais reconhecemos foi a pessoa que ele representou na nossa família”, finalizou.
Carlos Clemente Cerri
Foi professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) desde 1975, diretor e criador do Núcleo de Excelência em Pesquisa sobre Carbono do Solo (SOLOFIX). Especializou-se na pesquisa sobre a dinâmica da Matéria Orgânica do Solo em ecossistemas naturais e modificados pelas práticas agrícolas, pecuária e reflorestamento.
Quantificou as variações no teor e na qualidade da matéria orgânica do solo (carbono e nitrogênio) e nos fluxos de gases do efeito estufa (CO2, CH4 e N2O) em diversas situações de mudança de manejo agrícola como: preparo convencional do solo para plantio direto na palha ou cultivo mínimo; pastagem e ou agricultura convertida para integração lavoura-pecuária (ILP e ILPF); colheita manual da cana-de açúcar precedida de queima da palhada para colheita mecanizada sem queima da palhada; pastagem degradada para pastagem recuperada por diferentes práticas; agrossistemas com e sem adição de resíduos orgânicos. Em relação à mudança do uso da terra avaliou: desmatamento da floresta amazônica em pastagens, cerrado em agricultura (soja/milho), pastagem em floresta plantada.
Coordenou também projetos voltados às relações do agronegócio com o aquecimento global, particularmente na avaliação do ciclo de vida (carbon footprint, pegada ecológica do CO2) do etanol derivado da cana-de-açúcar, biodiesel de plantas oleaginosas, café, laranja, soja e outros produtos do agronegócio.
Publicou mais de 250 artigos científicos em revistas indexadas nacionais e do exterior, 40 capítulos de livros no Brasil e no exterior e foi editor de seis livros. Além disso, coordenou mais de 60 projetos de pesquisa com recurso do Brasil (FAPESP, CNPq, CAPES, FINEP, PETROBRAS) e do exterior (NASA, NSF, IAEA, GEF, EUROPEAN UNIT). Proferiu centenas de palestras no Brasil e outras 60 no exterior.
Orientou 15 alunos em nível de mestrado, 31 de doutorado e 40 de iniciação científica e supervisionou 7 pós-doutorados. Lecionou duas disciplinas de pós-graduação: Matéria Orgânica do Solo e Sustentabilidade Ambiental. (USP/Esalq/Cena)
Texto: Caio Nogueira
Revisão: Alicia Nascimento Aguiar