Após Piracicaba ter o primeiro caso de chikungunya transmitido dentro da cidade, a Comissão de Combate ao Aedes do campus realizou, na manhã do dia 03 de outubro, uma reunião estratégica com a Prefeitura do Campus USP Luiz de Queiroz (PUSP-LQ) e demais unidades, sobre o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus, febre amarela e a chikungunya. O objetivo da reunião foi discutir ações que possam conscientizar a população e serem eficazes para o combate aos criadouros.
Durante a reunião, foram apresentados resultados das dez armadilhas instaladas no Campus, entre julho de 2016 e julho de 2017, nos Departamentos de Genética, Solos, Entomologia e Acarologia, além do restaurante dos docentes, prédio de Zoologia, Horticultura, seção de obras, ESALQ-LOG, CENA e Fazenda Areão. Nos três primeiros meses, não foram encontrados ovos do mosquito, que podem estar relacionadas à eficiência do mutirão de eliminação de criadouros realizada no período. No entanto, os outros meses apresentaram ovos das espécies do Aedes aegypti e do Aedes albopictus.
O Aedes aegypti está presente essencialmente na área urbana e a fêmea alimenta‐se de sangue humano. O Aedes albopictus, pouco conhecido pelas pessoas, está presente, na maioria das vezes, em áreas rurais, e alimenta‐se de sangue de outros animais, embora também se alimente de sangue humano. As larvas do albopictus são encontradas em habitats naturais, como buracos de árvores, mas também podem se instalar em recipientes jogados nas florestas, como baldes e garrafas pet.
O intuito é intensificar ações educativas e de gestão no Campus para o combate aos criadouros num período que antecede a época crítica do mosquito. A ideia é que não apenas a comissão participe, mas sim, que toda a comunidade esteja mobilizada em erradicar o Aedes.
O engajamento é fundamental por parte de todos, e deve acontecer continuadamente. Para isso, foram definidas atividades, como: produção de informativos, conscientizando sobre o combate ao Aedes; reativação do site; realização de palestras; reinstalação de novas armadilhas; levantamento da quantidade de calhas, reservatórios e bebedouros de animais com potencial de risco a possíveis criadouros; teste com Metharizium anisoplie, Bacilus thuringiensis em Aedes aegypti no Laboratório de Patologia e Controle Microbiano; possível teste com fungos e o mais importante, a ação contínua e o envolvimento da comunidade do campus na eliminação de todos os tipos de criadouros.
Para o médico de segurança no trabalho do campus, Dr. Tufi Chalita, o principal ponto são as campanhas e ações educativas. “Nós devemos continuar com as campanhas. Não podemos deixar depósitos nos períodos de chuva, temos que fazer limpezas, ver as questões das calhas, se estão limpas para que impeça o mosquito de se proliferar, e esses procedimentos devem ser uma constante na nossa vida”. Segundo ele, o objetivo é o de combater o mosquito. “Nosso foco é o Aedes e não a doença em si. Essas doenças são sazonais, e a característica desse inseto é ter maior ou menor propagação dependendo das condições climáticas do ano. Então devemos acabar com os criadouros e, consequentemente, com o Aedes”, concluiu Chalita.
Cabe reforçar, portanto, que o sucesso de todas as ações depende do engajamento e da participação de toda a comunidade nas ações rotineiras para eliminação dos criadouros.
Texto: Caio Nogueira
Revisão: Alicia Nascimento Aguiar