Piracicabana de nascimento, Maria Angelica Penatti Pipitone é docente do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ e tem sua trajetória profissional ligada à instituição. “Fiz o curso de Economia Doméstica, ingressei em 1979 e formou-se em 1982”. Após formada atuou em uma usina de açúcar e álcool e, em 1985, retornou para a ESALQ enquanto docente do Departamento de Economia, Administração e Sociologia. “Ingressei como Auxiliar de Ensino, uma categoria que hoje não existe. E de início comecei a trabalhar com as turmas, era tudo muito novo e hoje me assusto que de lá para cá já se passaram 32 anos. O tempo passou muito rápido”. Segundo a docente, que se aposentou no mês de julho de 2017, a ESALQ sempre representou um norte. “A Escola sempre foi um trilho, um desafio, em outros momentos um porto seguro ou a mesmo a razão do meu trabalho, o desafio de ajudar os estudantes, a vontade de seguir em frente. A minha vida pessoal sempre esteve ligada à minha vida docente”.
Iniciou lecionando no curso de Economia Doméstica. “Desde o início estive envolvida com as disciplinas da área de Educação e formação de professores, aí o curso teve problemas com a relação candidato/vaga, então foi extinto, quando eu comecei a lecionar na Licenciatura e participei do processo de criação dos cursos novos noturnos”.
Acompanhou os desafios da Licenciatura e a consolidação dessa modalidade. “Fui uma das pioneiras nessa área, a licenciatura se consolidou, encontramos brechas, entendemos que era um campus voltado às ciências agrárias e assim encontramos um nicho que pudesse atender uma demanda específica dos estudantes”.
Lembra de docentes que trabalharam nesse processo e do perfil dos estudantes que buscam a via da licenciatura. “Podemos citar a professora Eneida, que fazia parte daquele grupo que lutou pela licenciatura na ESALQ. O aluno dessa modalidade é como os outros, ou seja, o aluno é sempre o mesmo, mas em constante transformação e isso é o que mais nos motiva. Quando começamos tínhamos poucos alunos que optavam pelo ensino em escolas técnicas. Mas com o passar dos anos o mercado de trabalho passou a valorizar o egresso da licenciatura, pois essa formação poderia contribuir com outras áreas, como treinar profissionais em dias de campo, por exemplo, e assim vimos nossas turmas aumentarem gradativamente. Há hoje uma necessidade pela formação em Ciências Humanas, que capacita o aluno a aprimorar competências de relacionamento humano”.
Sobre a despedida da ESALQ, revela que ainda procura maneiras de seguir adiante, mantendo a relação com sua passagem pela Universidade. “A USP e a ESALQ são instituições que moram no coração, precisamos manter para toda a vida e eu só posso me sentir privilegiada por ter passado boa parte da minha vida aqui”.
Por conta de sua aposentadoria, no dia 14 de julho de 2017, a professora Maria Angélica recebeu, das mãos do vice-diretor da ESALQ, professor Durval Dourado Neto, um Termo de Reconhecimento pelos serviços prestados à instituição.
Textp: Caio Albuquerque (25/07/2017)