Professor da ESALQ palestrou sobre Xylella fastidiosa na Itália

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Planta centenária em estágio final da doença (sem folhas) (Foto: João Roberto Spotti Lopes)
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Em 12 de junho, o Conselho Nacional de Pesquisa (CNR-IPSP), em parceria com a Universidade de Estudos de Bari Aldo Moro (UNIBA-DiSSPA), organizou um ciclo de seminários sobre Xylella fastidiosa, bactéria causadora de doenças em diversas plantas cultivadas que, atualmente, está afetando a oliveira no Sul da Itália. Um dos palestrantes foi o professor João Roberto Spotti Lopes, do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ), que falou sobre "Vetores de Xylella fastidiosa no Brasil: ecologia e controle".

 O evento foi realizado na Faculdade de Agricultura da Universidade de Bari Aldo Moro, aberto a alunos e pesquisadores, tendo também a participação do professor Leonardo De La Fuente, do Departamento de Entomologia e Patologia de Plantas da Universidade Auburn (Alabama-EUA), que palestrou sobre “Elementos nutricionais que se deslocam no xilema influenciam a virulência de Xylella fastidiosa”.

O professor da ESALQ destacou a importância de sua visita à Bari, para palestrar sobre a Xylella fastidiosa e sua transmissão por insetos vetores. “Estamos iniciando um projeto de pesquisa em cooperação com pesquisadores europeus, envolvendo a ESALQ e o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), com financiamento da Comunidade Europeia e FAPESP, para estudar a Xylella em oliveiras e outras plantas hospedeiras, sua disseminação por insetos vetores e formas de controle”, disse o professor. Ele também comentou sobre a importância da troca de conhecimento com outros pesquisadores. “Passei a experiência que temos com uma importante doença causada por Xylella no Brasil, a Clorose variegada dos citros (CVC), o que fazemos para controlá-la, e o que sabemos sobre os vetores e as formas de transmissão. Eles nos contaram como está o problema com a síndrome do declínio rápido das oliveiras na Itália, medidas atuais de contenção da epidemia e quais pesquisas estão realizando com vetores e o agente causal, Xylella fastidiosa”.

Durante a estadia em Bari, o professor brasileiro conheceu vários cientistas italianos envolvidos nas atividades de pesquisa, e pôde visitar a península de Salento, no extremo sul da Itália, onde ocorre uma grave epidemia de Xylella em oliveiras, que pode se espalhar para outras regiões e cultivos. “É algo devastador. Oliveiras com mais de cem anos mortas; a doença causa um dessecamento rápido das plantas porque a bactéria entope os vasos do xilema e prejudica o transporte de água para as folhas”, concluiu Lopes.

Texto: Caio Nogueira

Revisão: Caio Albuquerque

Sintomas da doença nas folhas (escaldadura ou queima) (Foto: João Roberto Spotti Lopes)