AGROdestaque entrevista André Luiz Monteiro Novo (F-1986)

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Engenheiro agrônomo conta sobre sua atuação no setor produtivo do leite (Créditos: Gerhard Waller)
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Atuação profissional

Engenheiro agrônomo formado em 1986, dediquei meus estudos à produção pecuária e à busca pelo enorme potencial de produção de leite e de carne nos trópicos. Como profissional, trabalhei na Casa da Agricultura em Dourado (SP) na Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada com produção de cana-de-açúcar, algodão, seguro rural e assistência técnica para pequenos produtores de leite e atuei também como consultor privado em lavouras de milho, produção de feno e gado de corte. Entre 1990 e 1994 entrei para a Cooperativa de Laticínios de São Carlos na assistência técnica a produtores de leite e, a partir de 1994, iniciei minha carreira na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Sudeste (Embrapa), não como pesquisador, mas como parte da equipe de transferência de tecnologia, experiência que me aproximou da realidade da pesquisa e da geração do conhecimento.

Por estar sempre próximo dos produtores e presenciar suas dificuldades, decidi estudar os problemas de relacionamento entre a indústria láctea e o setor produtivo. Assim, realizei meu mestrado sobre a “Avaliação de Programas Privados de Assistência Técnica: um estudo de Caso do DAPP - Parmalat”, no Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos. Depois desse período, fui responsável na Embrapa pela condução do Sistema de Produção de Leite da Unidade, mas em 2008 me juntei ao do grupo de pesquisadores da empresa em parceria com a Universidade de Wageningen (Países Baixos), desenvolvendo o doutorado no Projeto de Demandas Conflitantes sobre o Uso dos Recursos Naturais. Somente após quatro anos de estudos no exterior retornei a Embrapa, onde hoje sou responsável pela Chefia Adjunta de Transferência de Tecnologia.

A que área ou setor se dedica atualmente? Descreva as atribuições pertinentes ao cargo que ocupa. Qual a importância delas para o mercado?

Atualmente desempenho as funções de coordenação das atividades de capacitação, treinamento de técnicos da extensão e produtores, além de parcerias estratégicas entre diversos atores dos setores produtivos da carne e do leite. Como atribuição principal, tenho a missão de fazer a ponte entre os produtores e demais agentes do setor ao conhecimento da pesquisa científica.

Quais os principais desafios desse setor?

Um dos desafios é grande distância tecnológica que existe entre a maioria dos produtores e a informação gerada e validada.  Houve muitas inovações na pesquisa, mas pouca tecnologia é aplicada pelos setores da carne e do leite. Aliado ao desconhecimento das soluções disponíveis, possuímos um quadro de extensão rural insuficiente para dar assistência técnica de qualidade para produtores, em particular ao pequeno produtor de leite.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

Hoje, no setor produtivo do leite, a demanda é por técnicos que tenham a habilidade de propor um caminho sustentável de intensificação da produção ao longo do tempo. Bons técnicos conseguem propor caminhos ou rotas tecnológicas que tragam a elevação significativa de renda para o produtor de modo seguro e sem impactos ambientais. O caminho na formação desses profissionais passa necessariamente pelo conceito de capacitação continuado, como o Projeto Balde Cheio, que mantém o contato entre a pesquisa e ensino à realidade dos problemas do campo. É uma alternativa que favorece todos os envolvidos e reduz a distância entre a comunidade científica e os setores produtivos.

 

Entrevista concedida a Ana Carolina Brunelli, estagiária de Jornalismo

04/12/2015

Palavra chave: 
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