A ESALQ recebeu na manhã desta sexta-feira, 13/11, o 1º Encontro de Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis de Piracicaba e Região, que teve como tema central o papel desses profissionais na gestão integrada de resíduos sólidos.
O objetivo foi de subsidiar a construção de repertório e banco de dados para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em Piracicaba e fortalecer a parceria entre o poder público e a Cooperativa do Reciclador Solidário. A realização é deste grupo de recicladores, da Secretaria Estadual de Mulheres Catadoras de Materiais Recicláveis (SEMUC), Instituto de Coop e Desenvolvimento Ambiente Total e Teia.
A mesa de abertura foi composta pelo prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferratto; secretário de Defesa do Meio Ambiente da cidade, Rogério Vidal; promotora de justiça do Grupo de Atuação Regional em Meio Ambiente (Gaema) de Piracicaba, Alexandra Facciolli Martins; professor do Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento da UNESP de Rio Claro, Roberto Braga; prefeito do Campus “Luiz de Queiroz”, professor Fernando Seixas; e responsável pelo Serviço de Gerenciamento Ambiental e Resíduos Químicos da ESALQ, Roberto Silva. Além de outros envolvidos com o tema, mais de 15 municípios estiveram representados no encontro.
O prefeito Ferrato, falou do valor da profissão dos catadores e de sua importância para a educação ambiental da cidade. “É um trabalho que poucos gostam de assumir. Por um lado, é árduo - por isso devemos dar um valor muito grande àqueles que se dispõem a fazê-lo - por outro, devemos lembrar da sua importância ambiental, pois envolve reciclagem e coleta seletiva, coisas que nem todo cidadão se preocupa ou tem consciência”. A autoridade também destacou o diálogo aberto que o poder público deseja ter com a classe, para alcançar as melhorias desejadas. “Queremos aperfeiçoar a nossa relação. Como ação imediata, construiremos um novo prédio para eles trabalharem em melhores condições. Ele deve ficar pronto ano que vem”, afirmou.
Para o prefeito do Campus, há falta de reconhecimento da sociedade sobre os profissionais que, para ele, devem ser considerados parceiros. “NA ESALQ, por exemplo, eles nos ajudaram a dar um destino correto às 75 toneladas de material reciclável que foi coletado no Campus, em 2014”. Segundo Seixas, a reciclagem está inserida na questão do economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto. “Trabalhamos com esses aspectos nos mais diversos ambientes e a reciclagem faz parte da nossa atuação em termos de instituição que produz material residual mas, em termos de ensino, passamos para nossos alunos a importância desse tipo de atividade e eles propagam para fora, quando se tornarem profissionais”. A instituição apoiou e cedeu o espaço para realização do encontro.
Catadora, uma das organizadoras do encontro e presidente da Cooperativa do Reciclador Solidário de Piracicaba, Ednalva Inês Corrêa, contou dos motivos para o encontro. “Queremos retomar a coleta seletiva de Piracicaba, que hoje é feita pela Piracicaba Ambiental, e conversar com o prefeito para fazer a contratação dos nossos serviços prestados, sem contar o desejo de sermos reconhecidos como profissionais que somos e fortalecer nossa relação”.
A promotora do Gaema ministrou palestra sobre o papel do Ministério Público na implantação da política de resíduos, em Piracicaba, sobre a coleta seletiva e gerenciamento dos resíduos recicláveis. “No município, temos um procedimento de investigação em que acompanhamos, desde 2012, a situação do Reciclador Solidário e sua instalação e destacamos uma série de problemas em relação às condições precárias, ao mal gerenciamento de resíduos e sobretudo pela falta de estrutura, demonstrando que há uma necessidade real de melhor articulação do munícipio, da cooperativa e das outras entidades envolvidas”, explicou a profissional. A preocupação, de acordo com Alexandra, e que as regras legais sejam cumpridas na gestão e gerenciamento desses resíduos.
Alessandra Postali – estagiária de Jornalismo | Revisão: Caio Albuquerque | 13/11/15