A revista Food Chemistry, uma das publicações científicas com maior fator de impacto na área de alimentos publicou, em 12 de junho, um artigo fruto de um estudo realizado no Laboratório de Bromatologia, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ).
O título do artigo é “Antioxidant and antiproliferative activities in different maturation stages of broccoli (Brassica oleracea Italica) biofortified with selenium”. O estudo foi defendido no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela farmacêutica Patricia Bachiega, com orientação da professora Jocelem Mastrodi Salgado e avaliou o efeito da suplementação com selênio durante o cultivo do brócolis, nas atividades antioxidantes e antiproliferativas, observadas em três diferentes estádios de maturação: brotos, mudas e inflorescências. “A biofortificação proporcionou um aumento significativo na atividade antioxidante e na quantidade de compostos fenólicos das amostras que receberam o tratamento com selênio com relação as que não receberam a biofortificação”, comenta a autora. No que se refere à atividade antiproliferativa, para que fosse possível a obtenção de maior amplitude dos resultados, foram utilizadas seis diferentes linhagens de células tumorais: linhagens de glioma (U251), mama (MCF-7), rim (786-0), pulmão (NCI-H460), cólon (HT29) e queratinócito humano (HaCat)”.
Estádios – A partir do teste, pôde-se notar que o extrato do broto sem a biofortificação com selênio apresentou atividade antiproliferativa um pouco maior, quando comparado ao extrato do broto com biofortificação de selênio, sendo que o primeiro apresentou atividade citostática (capacidade de paralisar o crescimento das células) para as linhagens 786-0 e MCF-7. Em relação às amostras de mudas com e sem selênio, ambas demonstraram atividade citostática seletiva para a linhagem 786-0. “No entanto, a amostra de muda com selênio também manifestou atividade citocida (capacidade de induzir a morte celular) para a linhagem de glioma. Por fim, as inflorescências com e sem selênio apresentaram atividade citostática fraca para as linhagens MCF-7”, relata. Diante dos resultados de atividade antiproliferativa, ambas as mudas de brócolis se destacaram.
Além da professora Jocelem, o artigo tem co-autoria de Maressa Caldeira Morzelle, do mesmo laboratório de Patricia Bachiega; Kélin Schwarz, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP; Tiago Tezotto, do Laboratório Multiusuário em Produção Vegetal, da ESALQ; João Ernesto de Carvalho e Ana Lúcia Ruiz, ambos do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
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Texto: Caio Albuquerque (18/06/2015)