Em novembro de 2022, os maiores volumes de chuva do país, superiores a 240 mm, foram registrados nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Tocantins. Os volumes de chuva acumulados nos estados do Acre, Amazonas e Amapá, também foram satisfatórios, superando 210 mm. Na maior parte da Região Sul, as chuvas totalizaram de 150 a 180 mm. Algumas áreas no norte do Paraná e no oeste do Rio Grande do Sul receberam no máximo 150 mm. Já em algumas áreas no leste de Santa Catarina e no norte do Rio Grande do Sul, foram acumulados até 210 mm. Na Região Centro-Oeste, as chuvas foram mais abundantes em Goiás, onde foram acumulados de 180 a 210 mm. No Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, foram registrados de 120 a 180 mm. Tempo mais seco prevaleceu nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, onde foram registrados no máximo 90 mm.
Os menores valores de armazenamento de água no solo, inferiores a 15%, foram registrados em grande parte da Região Nordeste, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Baixos valores de armazenamento, inferiores a 30%, foram registrados na maior parte de São Paulo, no norte do Paraná e no leste do Mato Grosso do Sul. Nas Regiões Centro-Oeste e Sul, o armazenamento variou, predominantemente, entre 30 e 45%, com exceção de áreas isoladas nos extremos sul e norte do Rio Grande do Sul, no leste de Santa Catarina, no norte de Goiás e no sudeste do Mato Grosso, onde a umidade do solo fico entre 45 e 60%. Os maiores valores de armazenamento, superiores a 60%, foram registradas apenas nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Tocantins, Amapá, Amazonas e Acre.
Temperaturas – Nas regiões Centro-Oeste e Norte, as máximas ficaram, predominantemente, entre 29 e 31°C. Em grande parte da Região Nordeste e em áreas esparsas da Região Norte, as máximas chegaram a 33°C. Na Bahia e em São Paulo, as máximas mantiveram-se entre 27 e 29°C. Nos demais estados da Região Sudeste, no Paraná e no Rio Grande do Sul, as máximas foram de 25 a 27°C. Em Santa Catarina, foram registrados os menores valores de temperatura máxima, que se mantiveram abaixo de 25°C.
As menores temperaturas do país, abaixo de 17°C, ocorreram nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na maior parte da Região Centro-Oeste, as mínimas mantiveram-se entre 19 e 21°C, com exceção do leste do Mato Grosso do Sul e sudeste de Goiás, onde as mínimas foram de 17 a 19°C. Na Bahia, predominaram mínimas superiores a 19°C. Nos demais estados da Região Nordeste e na Região Norte, as mínimas mantiveram-se entre 21 e 25°C.
Tempo e agricultura brasileira
A semeadura da safra 2022/23 de milho avança na Região Sul. De acordo com o Departamento de Economia Rural do Paraná (DERAL), a semeadura já foi concluída em 99% da área projetada para a safra de verão e, das lavouras já implantadas, 1% encontra-se em fase de germinação, 90% em desenvolvimento vegetativo e 9% em floração. A estimativa da safra 2022/23 de milho paranaense mantém a projeção de produção de 3,9 milhões de toneladas, valor 32% superior ao obtido na safra anterior. Baixas temperaturas e alta nebulosidade prejudicaram as lavouras em início de desenvolvimento no começo de novembro, mas as condições meteorológicas tornaram-se mais favoráveis no decorrer do mês. 83% das lavouras paranaenses desenvolvem-se sob boas condições, 15% sob condições intermediárias e apenas 2% sob condições ruins. A falta de chuvas na fase de espigamento deve causar perdas estimadas de 15 a 20%, essa condição deixou os produtores preocupados e desacelerou o ritmo de semeadura. Cerca de 80% das áreas projetadas foram semeadas até o momento. 69% das lavouras que já foram implantadas encontram-se em estádio vegetativo, 21% em floração e 10% já atingiram a fase de enchimento de grãos. Em Santa Catarina, a semeadura já está em reta final e o excesso de chuvas e as baixas temperaturas afetaram negativamente as lavouras do estado. Em Minas Gerais e em Goiás a semeadura também avançou e já foi concluída em cerca de 83 e 62% das áreas projetadas de cada estado, respectivamente. Em São Paulo, a semeadura já foi finalizada. Na Bahia, a semeadura avançou com o estabelecimento das chuvas e cerca de 55% das lavouras já foram semeados.
Soja – A semeadura da soja foi concluída em mais de 80% da área nacional projetada. No Mato Grosso, as chuvas regulares favoreceram as operações de campo. No Mato Grosso do Sul, a falta de umidade desacelerou o ritmo de semeadura; chuvas de granizo também afetaram lavouras do centro e do sudoeste do estado. Em Goiás, a escassez hídrica e a irregularidade das chuvas também prejudicaram as operações de campo. No Mato Grosso, Mato grosso do Sul e Goiás, 100, 98 e 85%, respectivamente, das lavouras já foram implantados e encontram-se, predominantemente, nas fases de desenvolvimento vegetativo e floração. No Matopiba, a semeadura avança de forma mais acelerada nos estados do Tocantins, Bahia e Piauí, onde 75, 73 e 70% das lavouras de soja foram implantados, respectivamente. No Maranhão, as operações de semeadura já foram concluídas em 49% das áreas projetadas. Na Região Sul, 96% das lavouras foram implantados no Paraná e 74% em Santa Catarina. Segundo o DERAL, 93% das lavouras de soja paranaenses estão em boas condições, 6% em situação média e 1% ruins, 4% encontram-se na fase de germinação, 82% em crescimento vegetativo, 14% em floração e 1% em frutificação. No Rio Grande do Sul, o atraso da colheita das culturas de inverno e o tempo seco levaram ao atraso da semeadura da soja no estado, que, até o momento, foi concluída em apenas 60% das áreas projetadas. Essa condição poderá ser revertida caso volte a chover nas próximas semanas, dado que a semeadura realizada até o final de dezembro é considerada normal.
Feijão – A primeira safra de feijão também avança. No Paraná, a semeadura já foi concluída em cerca de 99% das áreas projetadas. Baixas temperaturas desaceleraram o ritmo de desenvolvimento das lavouras em algumas regiões do estado e o alto volume de chuvas nas regiões produtoras aumentou a pressão de doenças fúngicas. De acordo com o DERAL, 68% das lavouras de feijão paranaenses estão em boas condições, 29% em situação média e 3% ruins, 1% encontram-se na fase de germinação, 49% em crescimento vegetativo, 31% em floração, 16% em frutificação e 3% já alcançaram a fase de maturação. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, 82 e 80% das áreas previstas já foram semeados. Baixas temperaturas podem ocasionar perdas pontuais de produtividade nas lavouras desses estados. Em Minas Gerais e em Goiás, 87 e 100% das lavouras de feijão já foram implantados, respectivamente. Em São Paulo, a primeira safra de feijão se aproxima do fim, com 95% das lavouras colhidas.
Trigo – Cerca de 87% das lavouras de trigo brasileiras já foram colhidos. Em outubro, a colheita foi finalizada na Bahia e em São Paulo e, em novembro, nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Cerca de 98% das lavouras do Paraná já foram colhidos. Produtividades inferiores às projetadas têm sido obtidas devido ao volume insuficiente de chuvas no início do ciclo. O excesso de umidade no final do ciclo comprometeu a qualidade dos grãos colhidos. Segundo o DERAL, cerca de 26% das lavouras de trigo paranaenses encontram-se em condições intermediárias e 74% em boas condições. No Rio Grande do Sul, as lavouras e a colheita foram favorecidas pelas condições climáticas, em Santa Catarina, apesar de doenças fúngicas de final de ciclo terem sido favorecidas pela alta umidade, ocasionando perdas de potencial produtivo e de qualidade dos grãos, as condições meteorológicas mais estáveis nas últimas semanas possibilitaram o avanço da colheita. A maior parte das lavouras da Região Sul encontra-se nas fases de maturação e de colheita.
Cana – De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), houve um aumento de 109,32% na moagem de cana-de-açúcar da Região Centro-Sul, durante a primeira quinzena de novembro, em relação à quantidade registrada no mesmo período da safra passada. A quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada aumentou 2,54% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola. Aumentos de 72,01% e de 162,19% foram observados para produção de etanol e de açúcar, respectivamente. Na quinzena, a moagem na safra 2022/23 avançou e reduziu a diferença em relação à safra 2021/22. Apesar dessa condição, ainda não é possível estimar a quantidade total de matéria-prima que será processada até o final do ciclo atual. Isso dependerá do regime de chuvas dos próximos meses. Na primeira quinzena de novembro, 66 usinas encerraram a moagem de cana-de-açúcar da safra atual. No total, a safra já foi encerrada em 118 unidades. O encerramento da safra já é previsto para mais 64 usinas.