Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de novembro

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Mapa 1 e Mapa 2 (Sistema TEMPOCAMPO)
Editoria: 

O mês de novembro foi marcado pelo grande volume de chuvas na maior parte da região agrícola do País. Os maiores volumes foram registrados na região Norte e nos estados do Amazonas, Rondônia e Tocantins, superando 240 mm. No Mato Grosso, as chuvas totalizaram, predominantemente, mais de 210 mm, e superaram 240 mm nos extremos das mesorregiões noroeste, oeste e centro-sul. Acumulados de 180 mm a 210 mm foram registrados na maior parte dos territórios de Minas Gerais e Goiás. Na Região Sul, as chuvas totalizaram cerca de 120 mm em quase todo o Rio Grande do Sul e não superaram 90 mm no Paraná.( Mapa 1)  

Devido ao extenso volume de chuvas, a Região Norte apresentou os maiores valores de armazenamento de água no solo. Nos estados do Amazonas, Rondônia e Acre, a Capacidade de Água Disponível (CAD) atingiu valores superiores a 90% e, no Tocantins, variou entre 75% e 90%.  No Pará e em Roraima, o armazenamento variou, predominantemente, entre 45% e 75%. Armazenamento superior a 75% foi registrado em quase todo o Mato Grosso. Em Goiás, o armazenamento variou entre 60% e 90%. Já no Mato Grosso do Sul, foram registrados valores entre 45% e 75%. No Maranhão, no Piauí e na Bahia, o armazenamento foi de 30% a 45% na maior parte do território. Nos demais estados da Região Nordeste a CAD foi inferior a 15%. Em Minas Gerais o armazenamento variou entre 60% e 75%. Em São Paulo e na Região Sul, os valores de CAD ficaram entre 30% e 60%, com exceção do Paraná, onde o armazenamento não foi maior do que 30%.( Mapa 2)

TEMPERATURAS 

De forma geral, nas regiões Norte e Centro-Oeste, as máximas prevaleceram entre 29 °C e 31 °C, com exceção de pontos isolados em Roraima, Amapá, Pará e Mato Grosso do Sul, onde as temperaturas chegaram a 33°C. Com exceção da Bahia, onde as máximas variaram de 27°C a 31°C, a Região Nordeste apresentou os maiores valores de temperatura máxima no país, atingindo valores maiores do que 33 °C. Em Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina, as temperaturas máximas variaram entre 25°C e 27°C. Nos demais estados das Regiões Sudeste e Sul, as máximas mantiveram-se entre 27 °C e 31 °C.

As menores temperaturas do país ocorreram nas regiões Sul e Sudeste, ficando entre 16°C e 19°C. Em pontos isolados no norte de Minas Gerais e no noroeste do Rio Grande do Sul, as mínimas foram inferiores a 16°C. Nas regiões Norte e Nordeste, as temperaturas mínimas variaram, principalmente, entre 21°C e 25°C; exceção foi a Bahia, onde as mínimas mantiveram-se entre 19 °C e 21 °C. Na Região Centro-Oeste, as mínimas ficaram entre 19° e 23 °C.

TEMPO E AGRICULTURA BRASILEIRA 

Favorecida pelas condições meteorológicas, a semeadura da soja está praticamente concluída em todo País, com cerca de 92% da área nacional destinada à cultura foram semeados até o final de novembro. No Mato Grosso, mesmo com as chuvas abundantes em algumas regiões, a semeadura do grão foi finalizada em 99% da área prevista, e as primeiras lavouras implantadas já entraram em fase de enchimento de grãos. No Mato Grosso do Sul, as lavouras estão em boas condições de desenvolvimento, com exceção de locais onde o solo tem menor capacidade de retenção de água e a semeadura ainda não foi concluída. No Paraná, a estabilidade climática ajudou no avanço da semeadura, sobretudo em áreas onde o trigo foi colhido. Cerca de 97% da área paranaense de soja já semeada. No Rio Grande do Sul, a restrição hídrica tem freado a semeadura, que foi concluída em apenas 68% da área prevista. No Matopiba, a semeadura se intensificou ao longo do mês. No entanto, as operações de campo foram prejudicadas no Tocantins pelo excesso de umidade. 

As condições climáticas também têm contribuído para o avanço da semeadura do milho de primeira safra. Aproximadamente 75% da área nacional esperada foi semeada até o final de novembro. O clima assegurou bom estabelecimento e desenvolvimento das lavouras semeadas na Bahia, sobretudo no oeste do estado. A semeadura já foi concluída em cerca de 56% da área baiana destinada ao cultivo de milho. No Maranhão e no Piauí, a semeadura segue em ritmo lento, uma vez que os produtores têm priorizado a conclusão da semeadura da soja. Em Goiás e no Paraná, a semeadura do milho foi concluída e, em São Paulo, caminha para a fase final. No geral, as lavouras encontram-se em boas condições, com exceção de algumas áreas do Paraná, do noroeste de São Paulo e do Rio Grande do Sul, onde a escassez de chuvas tem sido um problema, afetando, principalmente, as lavouras em estádio reprodutivo. 

A colheita do trigo já foi encerrada em quase 100% da área semeada em 2021. No geral, a safra foi impactada pela irregularidade do clima. Longos períodos de estiagem e geadas, no inverno, reduziram o potencial produtivo das lavouras. Todavia, a produção da safra atual superou a da safra passada, o que pode ser parcialmente atribuído ao expressivo incremento da área cultivada em relação ao último ano. 

Na Região Sul, principal região brasileira produtora de arroz, a semeadura já foi quase concluída. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, 98% e 99% da área, respectivamente, já foram semeados. No Tocantins, a semeadura foi finalizada em apenas 45% da área projetada e o excesso de chuvas tem restringido as atividades de semeadura na região produtora da Lagoa da Confusão. No geral, as lavouras de arroz, predominantemente em estádio vegetativo, encontram-se em boas condições de desenvolvimento e fitossanitárias, e têm sido favorecidas pelo clima. 

A semeadura do feijão de primeira safra já foi praticamente concluída no Paraná, maior produtor de feijão do Brasil. Em Minas Gerais a semeadura já foi finalizada em cerca de 80% da área esperada e a produção concentra-se na região de Unaí, no nordeste do estado. Em Goiás, a produção se concentra na região do Distrito Federal. Em São Paulo, a colheita avança, sobretudo, nas lavouras irrigadas por pivô central; mais de 12% da área paulista de feijão já foram colhidos. 

Os efeitos climáticos adversos observados no ciclo produtivo da cana-de-açúcar incluíram baixas temperaturas nos meses de junho e julho, longos períodos de estiagem e episódios de geada em algumas regiões produtoras. Esses fatores provocaram impactos negativos na produtividade dos canaviais colhidos até o final novembro. As chuvas também têm dificultado as operações de colheita desde outubro. Como consequência, houve redução da quantidade e da qualidade da cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul em comparação com o último ciclo agrícola. Cerca de 187 empresas já encerraram a moagem no ciclo 2021/22, destas, 57 finalizaram sua operação na primeira quinzena de novembro.  

Informações: https://tempocampo.org/ . 

Texto: Gabriel Perin Estagiário de Comunicação/Revisão: Alicia Nascimento Aguiar| 02/12/2021 

 

Mapa 3 e Mapa 4 (Sistema TEMPOCAMPO)
Palavra chave: 
Sistema TEMPOCAMPO,boletim de novembro