Tempo no Brasil
O mês de novembro foi marcado bom volume de chuvas na maior parte da região agrícola do país. Os maiores volumes foram registrados na região Norte e em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, variando de 121 a 180 mm. Na região Centro-Sul, bons volumes de chuvas foram registrados no Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, oscilando de 61 a 180 mm. Já em São Paulo, sul do Mato Grosso do Sul e do norte do Paraná, as chuvas foram mais escassas e não superaram 60 mm (Mapa 1).
Apesar das chuvas, o forte calor manteve as taxas de evapotranspiração elevadas e, com isso, o armazenamento hídrico dos solos permaneceu entre 15 a 45% em praticamente todo o Centro-Sul. Exceções foram o Sul Goiano e Noroeste de Minas Gerais, onde a umidade do solo está ainda abaixo dos 15% da capacidade máxima de retenção. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina a umidade variou entre 45 e 75% (Mapa 2).
As temperaturas máximas ficaram entre 22 a 31°C no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e oscilaram em torno dos 35°C no Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso e norte de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. As mínimas ficaram em torno dos 23°C na maior parte do Brasil (Mapa 3 e 4).
Tempo e agricultura brasileira
As chuvas do final de novembro favoreceram o final da semeadura da soja em algumas regiões do Paraná e Mato Grosso. O atraso da semeadura nesses estados deve atrasar a colheita e, consequentemente, afetar a semeadura do milho segunda safra. Situação semelhante deve ocorrer no Triângulo Mineiro, o que preocupa também produtores que fizeram o plantio da soja para a reforma de canaviais. As chuvas ficaram abaixo da média histórica para a região em outubro e tornaram-se mais regulares apenas no final de novembro.
Os cafezais vêm sendo favorecidos na maior parte das regiões produtoras, ainda que algumas regiões especificas do Sul de Minas Gerais e São Paulo tenham enfrentado o excesso de chuvas durante a fase de florescimento. Nesta safra, por conta do ciclo bienal positivo e expansão para novas áreas de cultivo, o cenário é de elevação na safra nacional.
No Rio Grande do Sul, as chuvas persistentes entre outubro e novembro afetaram negativamente a produtividade e qualidade das lavouras de trigo. Em algumas áreas já colhidas, o produto sequer atingiu níveis mínimos para sua comercialização. Em lavouras que ainda tinham sido colhidas até o final de novembro, as chuvas dificultam as atividades de colheitas e podem ocasionar queda na qualidade do cereal.
O forte calor da última quinzena de novembro observado na região de Mogi das Cruzes-SP prejudicou a produção de alface crespa, com queda severa na qualidade. O tempo quente e úmido também ocasionou problemas fitossanitários na produção da cenoura na região de São Gotardo-MG, favorecendo a ocorrência de mela, nematoides e a bifurcação das raízes. O alto volume de chuvas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná dificultou a colheita da batata, e favoreceu a ocorrência de doenças nos pomares de laranja e limão Tahiti.
Safra 2019/20 de soja em Goiás
Segundo as projeções geradas pelo Sistema TEMPOCAMPO, as condições meteorológicas para safra 2019/20 de soja em Goiás são mais favoráveis que as da safra anterior. O Coeficiente de Produtividade Climática (CPC-TEMPOCAMPO) indica ganhos variando de 1 a 11% na produção média do estado, considerando os cenários pessimista e otimista, respectivamente. Os maiores ganhos são esperados no Noroeste Goiano, superando de 8%, segundo o cenário intermediário (Mapa 5). Vale destacar que na região Sul, maior produtora de soja do estado, os cenários trazem ganhos de 4 a 8% devem ocorrer em Rio Verde e Jataí. Em contrapartida, na região de Catalão podem ocorrer perdas variando de até 5%.
Mapa 5
A produtividade a média estadual projetada pelo Sistema TEMPOCAMPO deve variar entre 3,3 3,6 kg ha-1, considerando os cenários pessimista e otimista, respectivamente. As maiores produtividades devem ocorrer na região Noroeste e próximo a Rio Verde, enquanto as menores produtividades são esperadas no centro do Estado, considerando o cenário intermediário (Mapa 6). Na escala estadual, o Sistema TEMPOCAMPO prevê a produção para a safra 2019/20 variando de 11,56 a 13,03 milhões de toneladas de soja, segundo os cenários pessimistas e otimista, respectivamente.