Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de dezembro

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No mês de dezembro de 2022, a região Norte foi abastecida por volumes de chuva superiores a 240 mm em quase toda sua extensão. Volumes um pouco menores, mas ainda superiores a 210 mm foram registrados no Acre, no oeste e no norte do Amazonas, e no norte do Pará. Os menores volumes de chuva da Região Norte foram registrados em Roraima e no nordeste do Pará. Na Região Centro-Oeste, Mato Grosso e Goiás também recebem um total de chuvas superior a 240 mm na maior parte de seus territórios, com exceção da região sul de ambos os estados, onde não foram acumulados mais do que 210 mm. No Mato Grosso do Sul, predominaram acumulados de 150 a 180 mm. As chuvas foram abundantes na Região Sudeste, totalizando mais de 240 mm na maior parte de seus territórios. Os menores volumes de chuva da Região Sudeste ocorreram em São Paulo, nas regiões de Ribeirão Preto e de Presidente Prudente. Na Região Nordeste, com exceção do Maranhão, do sul do Piauí e da Bahia, que receberam volumes satisfatórios de chuvas, predominaram acumulados de no máximo 90 mm. Na Região Sul, volumes aquém do esperado, variando de 120 a 150 mm, foram registrados no norte e no oeste do Paraná e em quase todo o Rio Grande do Sul. No leste do Paraná, em Santa Catarina e no norte no Rio Grande do Sul, foram acumulados mais de 240 mm.

Os menores valores de armazenamento de água no solo, inferiores a 15%, foram registrados em grande parte da Região Nordeste, mais especificamente, no norte do Maranhão, no norte do Piauí, e na maior parte do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Condições críticas de baixa umidade do solo também foram observadas no norte do Paraná, na região metropolitana de Porto Alegre e no noroeste do Rio Grande do Sul. Baixos valores de armazenamento, inferiores a 30%, foram registrados em quase todo o Mato Grosso do Sul, no sul do Mato Grosso, no oeste do Paraná e em extensas áreas do Rio Grande do Sul. Nas demais áreas do país, que receberam, predominantemente, mais de 240 mm de chuva ao longo de dezembro de 2022, o armazenamento de água no solo superou 90%.

Na Região Norte e no norte do Mato Grosso, as temperaturas máximas ficaram entre 27 e 29°C. No sul do Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul, as máximas superaram 33°C. Nas demais áreas da Região Centro-Oeste, as máximas foram de 29 a 33°C. Na Região Nordeste, máximas maiores do que 33°C foram registradas no norte do Maranhão, no norte do Piauí, e em grande parte dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. No restante da Região Nordeste, também prevaleceram máximas de 29 a 33°C. Na Região Sudeste, as máximas ficaram entre 25 e 29°C, com exceção de São Paulo, onde predominaram máximas de 29 a 33°C. As áreas mais quentes da Região Sul foram o noroeste do Paraná e o oeste do Rio Grande do Sul, onde as máximas superaram 33°C. No leste do Paraná, em Santa Catarina e no nordeste do Rio Grande do Sul, as máximas mantiveram-se entre 25 e 27°C.

As menores temperaturas do país, abaixo de 17°C, ocorreram no sul de Minas Gerais, no leste do Paraná, em Santa Catarina, no norte e no sul do Rio Grande do Sul. Nas demais áreas das regiões Sul e Sudeste, predominaram mínimas de 17 a 21°C. Na maior parte da Região Centro-Oeste, as mínimas mantiveram-se entre 21 e 23°C, com exceção do noroeste do Mato Grosso do Sul e do sul do Mato Grosso, onde as mínimas foram de 23 a 25°C, e do estado de Goiás, onde as mínimas ficaram entre 19 e 21°C. Em grande parte da Região Norte e na costa da Região Nordeste, as mínimas foram de 23 a 25°C. No interior do Nordeste, as mínimas variaram entre 19 e 23°C.

Tempo e agricultura brasileira

A semeadura da safra 2022/23 de milho avançou na Região Sul. De acordo com o Departamento de Economia Rural do Paraná (DERAL), a semeadura já foi concluída em 100% da área projetada para a safra de verão e, das lavouras já implantadas, 21% encontram-se em desenvolvimento vegetativo, 35% em floração, 40% em frutificação e 4% em maturação. 79% das lavouras paranaenses desenvolvem-se sob boas condições, 18% sob condições intermediárias e apenas 3% sob condições ruins. Volumes insatisfatórios de chuva têm afetado lavouras do norte e do oeste do Paraná. No Rio Grande do Sul, a irregularidade das chuvas tem ocasionado atraso nas operações de semeadura e afetado o potencial produtivo das lavouras de milho, sobretudo no oeste do estado. Cerca de 91% das áreas projetadas foram semeadas até o momento. 30% das lavouras que já foram implantadas encontram-se em estádio vegetativo, 20% em floração, 34% já atingiram a fase de enchimento de grãos e 16% encontram-se em maturação. Em Santa Catarina, a semeadura já foi concluída. Volumes insuficientes de chuva prejudicaram as lavouras do oeste de Santa Catarina, e chuvas de granizo ocasionaram danos às lavouras da região central do estado. Em Minas Gerais e em São Paulo a semeadura também foi concluída em 100% das áreas projetadas de cada estado. Em Minas Gerais, com exceção do Triângulo Mineiro, as lavouras desenvolvem-se sob boas condições climáticas. Em São Paulo, perdas de produtividade decorrentes de baixas temperaturas são esperadas para as lavouras mais precoces, condições de deficiência hídrica também podem afetar lavouras no oeste do estado. Na Bahia, a semeadura avançou com o estabelecimento das chuvas e cerca de 99% das lavouras já foram semeadas. No Maranhão e no Piauí a semeadura também avançou, 39 e 50% de suas áreas, respectivamente, já foram semeadas.

A semeadura da soja está na reta final e já foi concluída em mais de 98% da área nacional projetada. Em Mato Grosso, maior produtor do Brasil, 100% das lavouras foram implantadas, e as chuvas volumosas e regulares favoreceram as lavouras em desenvolvimento. Apesar disso, perdas de produtividade são esperadas em algumas áreas localizadas nas regiões leste oeste do estado por conta da escassez hídrica registrada no início da safra. A colheita já se iniciou em Mato Grosso, com destaque para as áreas de soja precoce na região oeste. A mato-grossense Amaggi, maior companhia brasileira na cadeia de grãos e fibras do país, deu iniciou às operações de colheita no dia 21 de dezembro na Fazenda Itamarati Norte, localizada em Campo Novo do Parecis. Em Mato Grosso do Sul, cerca de 80% das lavouras estão em fase reprodutiva, período em que as plantas são altamente sensíveis à falta de água. As chuvas recentes têm proporcionado boas condições de crescimento para a maior parte das lavouras do estado, mas algumas áreas da região sudoeste têm sido afetadas pela escassez de chuvas. De acordo com o site Notícias Agrícolas, o baixo volume de chuvas poderá prejudicar o potencial produtivo da soja na região de Douradina – MS, onde só voltou a chover na virada do ano. Em Goiás, as chuvas abundantes e melhor distribuídas beneficiaram o desenvolvimento das lavouras durante o mês de dezembro. É importante destacar que no dia 31 de dezembro encerrou o prazo para a semeadura da soja nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia e no Distrito Federal, de modo a preservar a fitossanidade de suas lavouras. No Matopiba, a semeadura avançou de forma mais acelerada nos estados do Tocantins, Bahia e Piauí, onde 100, 100 e 99% das lavouras de soja foram implantadas, respectivamente. No Maranhão, as operações de semeadura já foram concluídas em 73% das áreas projetadas. Na Região Sul, 100% das lavouras foram implantadas no Paraná e em Santa Catarina. Segundo o DERAL, 80% das lavouras de soja paranaenses estão em boas condições, 16% em situação média e 4% ruins, 1% encontra-se na fase de germinação, 41% em crescimento vegetativo, 40% em floração e 18% em frutificação. No Rio Grande do Sul, o tempo seco prejudica as lavouras de soja em desenvolvimento e contribui para o atraso da semeadura no estado, que, até o momento, foi concluída em 93% das áreas projetadas. De acordo com a EMATER, 95% das lavouras do Rio Grande do Sul encontram-se nas fases de germinação e de desenvolvimento vegetativo, e 5% em floração.

A primeira safra de feijão também avança. No Paraná, a semeadura já foi concluída em 100% das áreas projetadas e 15% das lavouras já foram colhidas. De acordo com o DERAL, 61% das lavouras de feijão paranaenses estão em boas condições, 36% em situação média e 3% ruins, 8% encontram-se em crescimento vegetativo, 21% em floração, 42% em frutificação e 29% já alcançaram a fase de maturação. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, 88 e 100% das áreas previstas já foram semeadas. Baixas temperaturas podem ocasionar perdas pontuais de produtividade nas lavouras desses estados, e o déficit hídrico impacta severamente o potencial produtivo das lavouras no Rio Grande do Sul. Em Minas Gerais e em Goiás, 100% das lavouras de feijão já foram implantadas. Em São Paulo, a primeira safra de feijão se encerrou, com 100% das lavouras colhidas.

No Rio Grande do Sul, 100% da área de arroz já foi implantada. Segundo a EMATER, cerca de 92% das lavouras encontram-se nas fases de germinação e de desenvolvimento vegetativo e 8% em floração. No Rio Grande do Sul, dias quentes e secos com alta incidência de radiação solar têm favorecido os cultivos irrigados. Em Santa Catarina, a semeadura também foi finalizada. Chuvas intensas ocasionaram alagamentos e prejuízos nas regiões norte e nordeste do estado. A semeadura do arroz de terras altas segue avançando, e já foi concluída em 25, 31, 73 e 90% das áreas projetadas nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Goiás e Tocantins. No Maranhão, o ritmo das operações de campo é prejudicado pela falta de chuvas, e em Goiás, o excesso de chuvas é que impede maior velocidade na semeadura.

A primeira safra de algodão também está em progresso. Cerca de 95% das lavouras sul-mato-grossenses já foram semeadas. Na Bahia, em Minas Gerais e em Goiás, a semeadura também avança, cerca de 70% das lavouras já foram implantadas nesses estados. No Maranhão e no Piauí, a semeadura já foi concluída em 34 e 40% das áreas projetadas, respectivamente. A semeadura em Mato Grosso ainda está em fase inicial, tendo sido concluída e apenas 6% da área projetada até o momento. Apesar de grandes volumes de chuva dificultarem as operações de campo no sul do Maranhão, no geral, as lavouras brasileiras de algodão desenvolvem-se sob boas condições climáticas.

A safra 2022/2023 de cana de açúcar foi encerrada. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), na primeira quinzena de dezembro, 36 usinas encerraram a moagem de cana-de-açúcar. No acumulado, o encerramento de safra atingiu 211 unidades até o referido momento. No acumulado da safra, a moagem atingiu 538,98 milhões de toneladas em 2022 ante 522,61 milhões de toneladas registradas em 2021, o que representa um aumento de 3,13%. No acumulado da safra 2022/2023, também houve queda de 1,27% na qualidade da matéria-prima, com o indicador marcando 141,15 kg de ATR por tonelada.

Com informações do Sistema TEMPOCAMPO (10/1/2023)

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