O Secretário de Energia do Estado de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles esteve hoje pela manhã, 08/10, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ). Na ocasião, proferiu a palestra magna de abertura do 6º Encontro Bunkyo Rural e 5º Seminário Gepura (Grupo de Estudos e Práticas para o Uso Racional da Água da ESALQ).
O evento, que tem atividades marcadas também para amanhã, integra a programação da 58ª Semana Luiz de Queiroz e tem como tema “Água: Desafios para Conservação”. A iniciativa faz parte dos eventos comemorativos aos 120 anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão, 60 anos da Sociedade Bunkyo e acontece no Pavilhão de Engenharia da ESALQ.
Em entrevista, Meirelles comentou sobre como a aproximação entre o poder público e a academia pode ajudar a combater a crise hídrica. “O governo do Estado e as universidades paulistas procuram em conjunto encontrar soluções. Primeiro porque a questão é emergencial, já que ninguém esperava a seca de 2014, que foi a maior em 84 anos. Em segundo lugar, essa aproximação deve não somente prever soluções hídricas, mais sobretudo soluções energéticas”.
Ainda segundo o secretário, é necessário rever o modelo hídrico a partir da prioridade de abastecimento humano e da potencialização da navegabilidade dos rios paulistas. “As ações devem impedir essa terrível escassez para o consumo humano, como também a interrupção da navegação no rio Tietê, que encontra-se hoje fora de operação no trecho a partir de Nova Avanhandava até o encontro com o rio Paraná. Devemos praticar a gestão das águas, compatibilizada com a gestão da energia elétrica. Nós só não vivemos uma grave crise elétrica porque o desenvolvimento econômico está hoje reduzido”.
Como soluções, Meirelles indicou projetos de longo prazo e rotas energéticas alternativas. “Há que se investir na produção de biomassa, e a ESALQ é pioneira nisso, ou seja, precisamos potencializar a produção de energia a partir do bagaço e da palha da cana. É preciso introduzir também outras modalidades como o gás, a solar e a eólica”.
Sobre a visita à ESALQ, mais especificamente para o evento que homenageia a comunidade nipo-brasileira, Meirelles lembrou das contribuições dos japoneses para o desenvolvimento do Estado. “São Paulo se orgulha de ter a maior comunidade japonesa fora do Japão e isso é fruto de um relacionamento histórico mais do que centenário; os japoneses chegaram em São Paulo em 1908 e desenvolveram por aqui um trabalho extraordinário, principalmente na agricultura, além de contribuírem com a própria inteligência nacional”.
Encontro Bunkyo Rural – Na abertura do evento, compuseram a mesa central o diretor da ESALQ, professor Luiz Gustavo Nussio, o diretor da ESALQ (gestão 2007/2010), Antonio Roque Dechen, o vice-cônsul do Japão em São Paulo, Takeshi Aihara, o presidente da Comissão Bunkyo Rural, Tomio Katsugawa, a presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social Bunkyo, Harumi Goya, o coordenador do Grupo Gepura, professor Plinio Barbosa de Camargo e o professor da ESALQ Celso Omotto.
Além das autoridades acadêmicas presentes à mesa, foram homenageados pela Bunkyo os docentes esalqueanos Octavio Nakano, Marcos Vinicius Folegatti e Keigo Minami.
Fazendo referência à amizade Brasil-Japão, o Coral Luiz de Queiroz interpretou, na abertura da atividade, a música Furusato (Terra Natal), de autoria de Teiichi Okano.
Outras informações sobre o evento podem ser acessadas clicando aqui.
Texto: Caio Albuquerque (08/10/2015)
