Publicação lista docentes da Esalq entre os mestres da área de pastagens no Brasil

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Moacyr Corsi e Sila Carneiro da Silva (Arte: Denise Guimarães)

Sila Carneiro da Silva e Moacyr Corsi, ambos docentes do departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), estão na lista dos Grandes Mestres da área de Pastagens no Brasil, indicados na edição de novembro de 2022 da revista DBO, publicação especializada em informação e negócios da pecuária.

A lista integra parte das comemorações de 40 anos da DBO e homenageia 10 pesquisadores e professores que trabalharam na criação de novas cultivares forrageiras e no aprimoramento do manejo de pastagens no Brasil, tanto irrigadas quanto de sequeiro. Segundo a reportagem, a lista foi elaborada com base em indicações de profissionais do setor e leitores da DBO, com curadoria da equipe da redação, que fez uma retrospectiva dos trabalhos desenvolvidos por cada especialista e sua eventual atuação de campo.

“Todos são profissionais de renome, muitos deles premiados no País e no Exterior. Têm currículos admiráveis e atuam espontaneamente como “influenciadores tecnológicos”. Merecem total reconhecimento do setor pecuário, que não teria atingido o nível de profissionalização atual sem as pesquisas que conduziram. Infelizmente, muita gente boa ficou de fora, mas eles serão homenageados em outra oportunidade”, indica o texto introdutório da lista.

Confira abaixo as referências atribuídas aos docentes da Esalq pela DBO:

Moacyr Corsi: O mestre dos mestres

Moacyr Corsi dispensa apresentações. Admirado por alunos, referenciado por técnicos e produtores, é uma sumidade quando o assunto é intensificação da produção em áreas de pastagens. Mestre em Agronomia de Forrageiras pela Universidade Estadual de Ohio, leste dos Estados Unidos, Corsi fez doutorado no Brasil (Ciência Animal, na Esalq) e em Ohio, conduzindo pesquisas de grande importância para a pecuária nacional.

“É preciso integrar estudos, porque são muitas as variáveis que influenciam um sistema produtivo”, ensina. Nascido em Socorro, interior paulista, Corsi por pouco não tomou outro rumo na vida. Dona Delfina, sua professora de matemática, bem que tentou convencê-lo a se enveredar para as Ciências Exatas, mas o menino bom em fazer contas queria “mexer com coisas da fazenda”. Determinado, ele bateu o pé e, para sorte da pecuária brasileira, trilhou sua trajetória no campo das Ciências Agrárias.

A aptidão pelos números, no entanto, não foi deixada de lado. Pelo contrário. Quem já teve a oportunidade de se sentar na plateia para ouvir uma das inúmeras palestras proferidas por ele, conhece sua predileção pelos cálculos. Apaixonado como um iniciante e rigoroso como um professor exigente, Corsi está sempre disposto a provar que a rentabilidade obtida com a pecuária de corte pode ser maior do que a da soja ou a da cana-de-açúcar, desde que se trate a pastagem como cultura, mantendo a fertilidade do solo, controlando pragas e invasoras. Ou seja, desde que se faça o dever de casa.

Sila Carneiro: “Luz” sobre o manejo

Sila Carneiro da Silva, professor titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), é considerado um dos “papas” do manejo de pastagens no Brasil. Graduado na renomada faculdade paulista, ele completou sua formação na Nova Zelândia, onde fez mestrado e doutorado. “Durante três anos, estudei a relação planta-animal-meio para entender como funciona uma gramínea forrageira e quais suas características, para planejar o uso dela. Foi um aprendizado riquíssimo”, relembra.

De volta ao Brasil, em 1994, Sila se dedicou à mesma linha de pesquisa dos neozelandeses, porém com foco em forrageiras tropicais. Nos últimos 10 anos, coordenou uma série de estudos sobre interceptação luminosa, o que possibilitou o desenvolvimento do método de manejo do pasto pela altura de entrada e saída dos animais do piquete. Também ajudou a difundir, junto aos produtores, o conceito de “colheita” adequada do capim.

Mais recentemente, tem se dedicado ao estudo sobre consórcios de gramíneas tropicais ou pastos “biodiversos”.

16/11/2022