O artigo “Biomass resilience of Neotropical secondary forests” é resultado dos estudos do grupo de pesquisadores da rede internacional 2ndFOR, do qual o professor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), Pedro Henrique Santin Brancalion, e seu orientado de doutorado Ricardo Gomes César, também co-autor do estudo, fazem parte. O trabalho será publicado na versão impressa da Revista Nature na próxima quinta-feira, 11 de fevereiro (a versão online já está disponível). A pesquisa organiza informações de mais de 1500 parcelas avaliadas em 45 localidades de florestas tropicais secundárias, analisando a regeneração da mata, a recuperação de biomassa e o sequestro de carbono dessas áreas.
De acordo com o professor Brancalion, do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ, há estudos pontuais para regiões específicas, mas não um colaborativo que una os dados de diversas localidades e permita avaliações mais completas dos padrões de acúmulo de biomassa na regeneração de florestas em escala continental – o que caracteriza o artigo pelo ineditismo. “Esse conjunto foi analisado para que fosse possível entender quais os padrões neotropicais de acúmulo de biomassa na regeneração de florestas, dando suporte a programas futuros de mitigação das mudanças climáticas globais por meio da restauração florestal”, explicou. Os resultados apontaram que o potencial dessa recuperação é muito grande e varia em função da quantidade de chuvas em cada região.
O levantamento foi feito em quase todos os países da América Latina e Central, incluindo o Brasil, Panamá, Costa Rica, Colômbia, Venezuela, Peru, México, Porto Rico e Equador. O professor Lourens Poorter, da Universidade de Wageningen, na Holanda, primeiro autor do estudo e um dos líderes do grupo 2ndFOR, informou que as análises se mostraram prósperas. “A absorção de carbono por essas florestas jovens que crescem em campos abandonados é surpreendentemente rápida. Depois de 20 anos, as florestas já recuperaram 122 toneladas de biomassa por hectare. Isso corresponde a uma captação de três toneladas de carbono por hectare por ano”, detalhou Poorter. As pesquisas do grupo da ESALQ foram apoiadas pela FAPESP e CAPES.
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Texto: Felipe Caires
Revisão: Alicia Nascimento Aguiar (05/02/2016)