Na última semana de março, o Ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, cumpriu uma agenda intensa de reuniões bilaterais com o setor empresarial e representações governamentais na China. Entre os compromissos, no dia 28, Fávaro visitou a China Agricultural University (CAU).
A CAU é uma das parceiras da Universidade de São Paulo na A5 Alliance, iniciativa que reúne as principais universidades de ciências agrárias do mundo. Durante a visita Fávaro conheceu as ações de cooperação acadêmica e científica, direcionadas à atividade agrícola.
Embora impactada pela epidemia nos últimos três anos, a cooperação e o intercâmbio entre as principais universidades agrícolas do mundo não foram interrompidos. No ano passado, a partir dos esforços conjuntos das duas partes, a CAU propôs a criação e aprovação conjunta da primeira escola cooperativa sino-estrangeira entre a China e países da América Latina, o Sino-Brazilian Joint Institute. Trata-se de uma plataforma de cooperação educacional de alto nível para a China e países da América do Sul, especialmente o Brasil, o que constitui mais um exemplo de promoção da cooperação bilateral e multilateral na principal aliança universitária mundial relacionada com a agricultura.
"Sabemos que a China caminha a passos largos em relação à edição gênica e o Brasil também começa esse desenvolvimento. Juntos podemos acelerar este processo tão importante", ressaltou o ministro durante encontro com o presidente da CAU, Sun Qixin.
No âmbito da USP, o professor João Roberto Spotti Lopes é o coordenador do convênio com a CAU. Na China, as ações são representadas pelo vice-Diretor do Conselho de Administração do Joint College CAU-USP, o também professor da Esalq, Luiz Gustavo Nussio, presente durante a visita da comitiva do Mapa.
Nussio falou sobre a importância da visita brasileira na CAU. “A inclusão da CAU nas visitas do MAPA denota o interesse em explorar iniciativas acadêmicas e científicas entre Brasil e China com vistas à identificação de episódios de inovação. No caso do CAU-USP Joint College, a forma e conteúdo do programa revelam ineditismo tanto na preparação de talentos como na possibilidade de desenvolvimento de pesquisa conjunta”.
O docente da Esalq reforçou ainda que, embora os dois países representem um bom exemplo de parceria no comércio internacional de produtos agrícolas, as relações acadêmicas e científicas entre Brasil e China ainda são modestas, sobretudo pelo desconhecimento e natural distância geográfica. “A iniciativa dessa proposta foi muito elogiada garantindo o merecido destaque para USP e Esalq, especialmente pelo caráter visionário do valor estratégico dessa aproximação entre Brasil e China que preenche uma lacuna decisiva entre Brasil e China”. Como resultado desse encontro, a CAU manifestou como prioritária sua relação com a USP e intensificação nos investimentos nessa relação. “Além da consolidação dos programas vigentes, a Direção da CAU anunciou na oportunidade o interesse em ampliar o escopo dos programas de pós-graduação, investir na identificação e atração de docentes para efetivar parcerias de pesquisa e estimular a mobilidade de docentes e alunos entre CAU e USP”, complementou Nussio.
Durante a visita, a delegação do Ministério da Agricultura brasileiro visitou a Academia das Ciências Animais, a Escola de Medicina Veterinária Animal, a Escola de Biologia, além de museus, herbários e laboratórios.
A parceria entre USP e CAU tem proporcionado o intercâmbio técnico científico com professores da Esalq e de outras unidades da Universidade de São Paulo, como a Escola de Artes, Ciências e Humanidades da (EACH), Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP), Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) e Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).
Texto: Caio Albuquerque, com informações da CAU | 31/3/2023