A 1ª Mostra de Trabalhos Científicos das Estações Experimentais do Departamento de Ciências Florestais (E.E.C.F.) da ESALQ aconteceu na manhã desta quarta-feira, 11 de novembro, e apresentou a síntese de 49 projetos, em diversos estágios de desenvolvimento e que envolvem mais de 100 pesquisadores, além de parcerias internacionais e nacionais. Compareceram estudantes e docentes ligados ao tema.
Marcos Tomazello Filho é chefe do departamento e considera motivo de orgulho e responsabilidade o fato de contar com duas estações experimentais, de Anhembi e Itatinga, o que é privilégio de poucas unidades da USP. Segundo o docente, a mostra propicia o resgate do histórico das experimentações e da contribuição de professores e do departamento em relação à silvicultura brasileira, que tem reflexo internacional. “Temos muito a apresentar. É a oportunidade de professores e alunos de graduação e pós-graduação tomarem a frente das apresentações e mostrarem seus resultados”, disse.
Tomazello ainda afirmou que a ideia é realizar a atividade, semestral ou anualmente, de acordo com a dinâmica das estações, para avaliar efetivamente o que está sendo desenvolvido. “Existem, por ano, nas estações, pelo menos oito defesas de dissertações e teses, mais uma dezena de trabalhos de iniciação científica e atividades de ensino e extensão”.
A professora Luciana Duque Silva, que fez parte da organização da mostra, também estava entusiasmada com o projeto. “Era uma vontade que já tínhamos há alguns anos, porque vemos que são bastante intensas as atividades de pesquisa nas estações e desejávamos reuní-las, gerar uma interação entre os estudantes, apresentá-las ao público interno da ESALQ e dividir com a sociedade, por meio de um caderno de resumos”, explicou. “O que chama a atenção é o quanto as atividades das estações são encaradas como multiusuárias e interdisciplinares, duas características importantes para alcançar impacto com nossas pesquisas e atrair recursos”.
Conforme explicou o gestor da E.E.C.F. Anhembi, João Carlos Teixeira Mendes, as áreas experimentais estão em regiões e condições climáticas distintas, o que permite ao departamento trabalhar com uma grande diversidade de material genético. “A de Anhembi era uma fazenda que foi desapropriada, na década de 1960, com pastagem, latosolos de baixa fertilidade e região plana. O clima é muito parecido com o de Piracicaba, com médias anuais de 24ºC e precipitação de 1.100 milímetros. Essa condição é mais tropical”, explicou o engenheiro agrônomo.
A estação de Anhembi desenvolve, atualmente, pesquisas em mais de 200 áreas experimentais. “Ao todo, 10% estão concluídos, mas a maioria está em andamento e muitas são pesquisas de longo prazo, desenvolvidas há 15 ou 30 anos”. De acordo com Mendes, a correria do dia a dia pode impedir que os pesquisadores conversem. “A nossa preocupação é que esse evento diminua a distância entre eles”.
Já o gestor da E.E.C.F. Itatinga, contou que as apresentações tem temas como manejo de microbacias, uso de resíduo de tratamento de esgoto como condicionador de solo, estudos ecofisiológicos, frentes de fertilizações e efeitos na qualidade da madeira, etc. “A estação de Itatinga tem como grande vantagem o fato de ter uma condição mais próxima do clima subtropical, parecida com Campos de Jordão (SP). Isso possibilita trabalharmos com florestas como pinos, da região sul, eucaliptos e, do ponto de vista de recuperação de vegetação nativa, a intenção é trabalhar com condições de transição entre cerradão e mata estacional semirresidual”.
E a estudante do terceiro ano de Engenharia Florestal, Nádia Rosário de Oliveira, integrante do Centro Acadêmico do curso, o CAEF, falou da importância da atividade para os alunos da graduação. “Conhecemos as estações já no primeiro ano de curso e somos incentivados a conhecê-las. Mas a mostra apresenta mais detalhes, como que tipo de pesquisas são desenvolvidas, em quais áreas, todo o trabalho que os professores do departamento fazem com alunos da pós-graduação e como nós, da graduação, podemos nos envolver”, contou.
Alessandra Postali – estagiária de Jornalismo | Revisão : Caio Albuquerque | 11/11/15