Modelagem estatística de dados pesqueiros pode ser uma valiosa ferramenta de gestão

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Modelagem estatística de dados pesqueiros pode ser uma valiosa ferramenta para a gestão de pescaria (Crédito: Caio Albuquerque)
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A pesca comercial captura diversas espécies, mas apenas algumas são consideradas alvo da pescaria. Uma grande parte é chamada de captura incidental, ou seja, animais presos ao artefato de pesca por acidente. Esse material não aproveitado geralmente é descartado, o que gera um dos maiores problemas ambientais associados à pesca nos dias atuais. Um trabalho realizado no Programa de Pós-graduação em Estatística e Experimentação Agronômica, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), aplicou e desenvolveu métodos estatísticos modernos na análise de dados de populações de peixes marinhos exploradas pela pesca comercial.

Um dos resultados da tese de autoria de Fernando de Pol Mayer, com orientação de Paulo Justiniano Ribeiro Júnior, foi mostrar que a distribuição das populações no espaço e no tempo é importante e deve ser levada em consideração na análise de dados pesqueiros. Isso ocorre principalmente pelo fato de que a maioria das populações ocupa diferentes áreas dependendo do estágio do ciclo de vida, e essas áreas podem mudar conforme a época do ano. “Isso faz com que o modelo desenvolvido possa ser uma valiosa ferramenta para a gestão pesqueira, uma vez que áreas nas quais a população seja considerada mais vulnerável possam ser identificadas e fechadas para a pesca em determinado período”.

Também foi avaliado se um dispositivo para prevenção de capturas incidentais de aves em pescarias de espinhel de superfície, conhecido como hookpod, interfere nas capturas das espécies de alto valor comercial, como os atuns. “Os resultados mostraram que o dispositivo não interferiu na captura das duas principais espécies de atum, mostrando que ele pode ser utilizado para evitar a captura de aves sem interferir na rentabilidade da pescaria”, finaliza.

                                                                       

Texto: Letícia Santin | Estagiária de jornalismo

Revisão: Caio Albuquerque

02/04/2019