Na última segunda-feira, 6/3, foi lançado o guia “Coexistência com a fauna no Campus USP “Luiz de Queiroz”. A cerimônia ocorreu na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), com a presença de gestores do campus, autores e membros da comunidade.
A publicação, que conta com edição impressa e digital, conceitua na abertura o termo coexistência como condição em que as partes envolvidas – pessoas e fauna – possam existir juntas de forma sustentável. O conteúdo traz ainda uma série de interações humano-fauna e como proceder nestes casos, informações de onde procurar ajuda em casos de encontro com animais silvestres e exemplos de gestão desenvolvidos no campus. De fácil leitura, foi desenvolvido em uma linguagem didática e com projeto gráfico atrativo, apresentando ao final uma listagem ilustrada dos “Top 20” do campus, com os principais animais encontrados no campus da USP em Piracicaba, entre eles a capivara, o sagui, a onça-parda, o cachorro-do-mato, o gamba, o teiú e uma variedade de aves como a seriema, o carcará, a coruja-buraqueira e o pato.
A diretora da Esalq, professora Thais Vieira, falou da importância das modificações no cenário do campus e da importância da publicação. “O campus foi se modificando ao longo dos anos, muitas áreas foram recuperadas e com a pandemia esse ambiente de fauna acabou apresentando condições adequadas para a vida silvestre. Por isso esse guia traz orientações para todos de forma acessível”, frisou a diretora, destacando que a publicação será distribuída a todos os diretores de unidades da USP.
O prefeito do campus, professor Luciano Mendes, reiterou o apoio ao projeto por parte dos gestores do campus. “É um projeto que merece o apoio dos dirigentes e vem atender o desafio de estabelecer políticas públicas de coexistência. Precisamos estar abertos a essa discussão afim de encontrarmos ações estratégicas de manutenção e conservação da fauna e prevenção de danos a partir das interações com os humanos”.
Patrícia Iglecias Lemos, superintendente de Gestão Ambiental da USP, lembrou ter acompanhado o projeto desde o início. “Acompanho esse trabalho que é um orgulho para a USP e traz contribuições sobre a coexistência e reflexos dentro e fora da USP. É uma obra referência que precisa ser levada ao setor público e privado”.
Os autores encerraram a sessão de pronunciamentos e a professora Katia Ferraz lembrou que a publicação nasce de um sonho pessoal e institucional. “Essa ideia surgiu a partir da percepção da necessidade de orientar as pessoas sobre o que fazer e o que não fazer ao nos encontrarmos com animais silvestres. Por isso procuramos com o guia preencher a ausência de informações úteis, de forma acessível ao cidadão e ao tomar de decisões”.
A coexistência norteia o projeto editorial do guia. Silvio Marchini explicou a razão desta escolha. “O campus Luiz de Queiroz, cenário da nossa publicação, reúne aquilo que encontramos nas nossas cidades, com vias asfaltadas, edificações, parques, lagos, trânsito de veículos e pessoas, enfim, um ambiente onde a coexistência deve ser gerenciada com menos impacto para as pessoas e para a fauna”.
Além da publicação impressa e do indicativo da publicação digital, a cerimônia marcou ainda a entrega de outros dois produtos oriundos do projeto. Um guia de bolso com informações básicas sobre o que fazer e o que não fazer ao encontrar animais como gambá, onça-parda, javaporco, lobo-guará, jiboia, sagui, teiú, capivara, ouriço-cacheiro, maritaca e quati e morcegos. E um folder específico sobre a coexistência com a onça-parda, animal que tem registrado aparições cada vez mais frequentes no ambiente urbano.
A capa do guia foi ilustrada pelo desenhista piracicabano Eduardo Grosso. Durante a cerimônia de lançamento, o ilustrador presenteou os presentes com caricaturas do público
A versão digital do “Coexistência com a fauna no Campus USP “Luiz de Queiroz” pode ser acessada na integra em http://e.usp.br/nbj
Ouça o podcast com os autores: CLIQUE AQUI
Para ter acesso ao material impresso, escreva para lemac.esalq@usp.br
Autores
Katia Maria Paschoaletto Micchi de Barros Ferraz, professora do departamento de Ciências Florestais da Esalq, coordenadora do LEMaC (Laboratório de Ecologia, Manejo e Conservação da Fauna Silvestre), Bióloga, doutora em Ecologia pela Esalq, membro do Grupo Especialista em Planejamento da Conservação da IUCN;
Silvio Marchini, pesquisador do LEMaC, biólogo, doutor em conservação pela Universidade de Oxford, membro do Instituto Pró-Carnívoros, do Grupo Especialista em Conflito e Coexistência Humano-Fauna e do Grupo Especialista em Planejamento da Conservação, ambos da IUCN.
A obra tem revisão técnica de Monicque Silva Pereira, Especialista Ambiental do Departamento de Gestão da Fauna Silvestre da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Médica Veterinária e mestranda em Ecologia Aplicada (PPGI-EA) pela Esalq e Ana Maria Meira de Lello, Chefe do Serviço de Gestão Ambiental da Prefeitura do Campus USP “Luiz de Queiroz”, Engenheira Florestal, licenciada em Ciências Agrárias pela Esalq, mestre em Recursos Florestais e doutora em Ciências pela mesma instituição.
Texto: Caio Albuquerque (7/3/2023)