A trajetória de êxito da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) se traduz na soma das competências oriundas das mais diversas linhas do conhecimento. Entre elas, a Genética, que começou sua expansão na Esalq em 1936 com a vinda do Professor Friedrich Gustav Brieger da Alemanha, um dos fundadores da Genética no Brasil.
Essas e outras efemérides foram celebradas em evento que reuniu, no dia 5 de dezembro de 2018, no Anfiteatro do departamento de Genética, professores, alunos de graduação e pós-graduação e servidores técnicos-administrativos. O evento foi organizado pelo GENt, um grupo de divulgação científica do Departamento de Genética (https://gent-esalq.github.io/).
Entre os marcos das contribuições do departamento, foi lembrado os 60 anos da criação do Instituto de Genética, anexo à Cadeira de Citologia e Genética. Em 1964 o Instituto foi oficialmente incorporado à USP. O professor João Lucio de Azevedo, na época estagiário do departamento, traçou um breve panorama histórico sobre o Instituto e sobre a importância da entidade para o desenvolvimento da área na Escola. “A criação dos institutos foi um ato da presidência da República e a escolha da Esalq para sediar o Instituto de Genética não poderia ser melhor”. Para o docente, o ato conferiu robustez aos trabalhos de genética, alavancando ainda mais os estudos na área agronômica. “Foi o embrião de muitas pesquisas, muito foi investido por aqui, o que permitiu que pudéssemos ampliar nosso escopo de atuação”.
O atual chefe do departamento de Genética, professor Carlos Alberto Labate, valorizou em sua fala a contribuição histórica de professores como Brieger. “Além de um grande cientista, ele tinha uma visão administrativa de se admirar, pois organizou o Instituto de maneira bem estruturada, com qualidade na infraestrutura”.
Os trabalhos do Instituto de Genética na Esalq terminaram no início da década de 1970, com a instituição dos departamentos em toda a USP. “As mudanças administrativas, de organograma e o próprio enfrentamento das crises ao longo das décadas sempre exigem criatividade, afim de que a eficiência para formar profissionais de referência seja mantida. Além disso, precisamos nos manter preparados para atender as demandas do setor produtivo”, finalizou Labate.
Ao final dos debates, foi apresentado o documentário Histórias da Genética no Brasil, iniciativa de sete alunos de graduação e pós do Instituto de Biociências da USP, em São Paulo, que estimulados por aulas sobre a história da Biologia, entrevistaram cientistas que participaram do início das pesquisas em Genética do Brasil. Entre os entrevistados estão os esalqueanos João Lúcio de Azevedo, Roland Vencovsky (falecido em 2016) e Warwick Kerr (falecido em 2018).
Assista o documentário: https://www.youtube.com/watch?v=lQBMWRdMFl8 .
Saiba mais: https://gent-esalq.github.io/niver.html .
Texto: Caio Albuquerque (14/12/2018)