A broca da bananeira (Cosmopolites sordidus) é causadora de uma das enfermidades mais graves no cultivo de bananas, gerando sensíveis perdas no campo. “É a principal praga desse cultivo, pois o besouro fêmea deposita os ovos no caule da planta, a larva corrói a raiz e a planta perece também pela penetração de agentes secundários como fungos e bactérias”, explica o professor aposentado do departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
O docente orientou, recentemente, um trabalho que propôs uma alternativa para minimizar o problema sem a utilização de inseticidas. “O trabalho consistiu em eliminar a broca a partir da esterilização dos indivíduos. Ao invés de utilizarmos inseticidas e agir por contaminação, propomos associar a ingestão de iscas”.
Em campo, Nakano contou com a participação de Lucas Silva Barros e Mauro Morandi. Para estabelecer o experimento, os pesquisadores armaram iscas com pedaços de bananeiras em decomposição para atrair os insetos e depositaram o material próximo ao caule das bananeiras. “Então adicionamos um esterilizante que em pequenas doses não oferece danos à saúde humana e em laboratório observamos que macho e fêmea foram esterilizados. Por esse processo, promovemos o extermínio da população a longo prazo e de maneira eficiente”.
Pelo resultado obtido, o trabalho foi indicado como vencedor na área Agrícola em uma competição organizada pela International Agency for Standards and Ratings, agência não governamental que atua para garantir padrões e classificações de práticas seguras nas áreas da Saúde, Desenvolvimento Sustentável, Alimentos, Água, Veículos, Mudança Climática, Eficiência Energética e Renováveis e Serviço.
