Nos dias 2, 3 e 4 de julho, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) sediou a primeira edição do AgroHack.USP. A competição reuniu estudantes da Esalq, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos e da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP de São Paulo, que se dividiram em equipes na busca por soluções para maximizar a produção e minimizar os custos e os riscos das atividades agrícolas, florestais e da produção animal. Para o diretor da Esalq, professor Durval Dourado Neto, a iniciativa é fundamental para incentivar a prática empreendedora na academia. “O AgroHack.USP estimula a inovação e consequentemente o empreendedorismo. Essa é uma nova vertente da sociedade, que leva os estudantes recém-formados procurem empreender e gerar empregos a partir de práticas de inovação. E esse evento é um incentivo à inovação fomentado pela Universidade de São Paulo”.
Um dos coordenadores da atividade, o presidente do USP CodeLab Butantã, João Francisco Daniel, acompanhou as ações em Piracicaba. “Essa é uma ação que promove a integração entre os campi da USP, já que insere estudantes de diferentes unidades desenvolvendo e programando soluções inovadoras. A relevância de abordarmos aqui o tema do agronegócio é enorme uma vez que esse setor é um dos destaques da economia do País e realmente esse mercado tem muito espaço para novidades tecnológicas em automação, controle, previsão, entre outras áreas”.
Um dos apoiadores do evento, a Agencia USP de Inovação esteve representada na abertura dos trabalhos pelo agente de inovação Paulo Gil, que destacou a relevância da ação em promover o desenvolvimento de novas ideias e soluções. “O Agro.Hack traz novas ideias dos jovens universitários que possam ser transferidas para o campo, para o setor produtivo. Assim surgem ideias que podem certamente se concretizar em novidades aplicadas para o setor agrícola”.
Premiados – A competição premiou os três primeiros grupos. Confira as propostas vencedoras:
1º lugar: Joint Hands - De acordo com o 2º Censo AgTech Brasil - 44% das Startups Agtech declaram que um dos maiores desafios é realizar a primeira venda. Por isso nasceu a Joint Hands, uma incorporadora de startups que trabalha com certificação de inovações para o agronegócio, com objetivo de diminuir os riscos de produtores e empresas que contratam serviços de startups.
“Com serviço de inteligência, contemplamos pesquisa de mercado, estudo de ofertas, demandas e mercados futuros, assim com o mapeamento das agtechs em âmbito nacional, promovemos a certificação dos serviços e o tempo de vida do projeto. Ao receber esse selo,sStartups incorporadas, em estágio inicial poderão realizar as primeiras vendas com o CNPJ da Incorporadora”, explica Wilton Lopes Felix Junior, esalqueano que integrou a equipe vencedora e externou suas impressões sobre o evento. “Foi meu primeiro hackathon, fiquei muito surpreso com a interação as possibilidades de inovação nessa área”.
2º lugar: Hortfinder - plataforma B2B de e-commerce para hortifrutis, que conecta o produtor com o comprador, encurtando a supply chain e trazendo mais sustentabilidade e rastreabilidade para esse mercado. Segundo os integrantes do grupo, a proposta oferece cadeias curtas de comercialização, reduzindo o desperdício de maneira sustentável e garantindo a qualidade e preço justo ao comprador.
Beatriz Paula Odorick, estudante de Engenharia Agronômica da Esalq fez parte desse grupo e falou da vantagem da proposta apresentada. “Nossa solução é ótima alternativa para o produtor rural, pois ao invés de arcar com todos os custos para transportar e expor seus hortifrutis no Ceasa, correndo o risco de não conseguir vendê-los, ele paga apenas uma taxa de 5% à Hortfinder, referente somente ao que ele vender. Assim, você terá acesso a uma grande gama de clientes, que serão expostos aos seus produtos, ao mesmo tempo que encurtam seus gastos com logística, diminuem o desperdício de produtos, encurtam a cadeia produtiva”.
3º lugar: Agromerado – Plataforma de conexão de produtores rurais de pequeno e médio porte que não tem acesso á tecnologia de máquinas e equipamentos no campo. Esse agrupamento, embasado na localidade dos produtores, faria com que os mesmos ganhassem poder financeiro para poder alugar máquinas para o uso em conjunto. Cada produtor poderia escolher seu tempo de uso necessário e ao conectar todos os produtores que usariam a máquina seria feito o match entre o aglomerado de produtores e o agente que está ofertando a máquina a ser alugada.
"Essa plataforma não apenas traz tecnologia ao campo dos produtores pequenos e médios, como reduz custos aos mesmos, pois ganharão força de barganha ao se juntarem. Do lado de quem oferta a máquina, seria vantajoso também, visto que essa máquina ficaria menos tempo ociosa, gerando menos custos a ele”, explica Augusto Alves Neto, estudante de mestrado em Ecologia Aplicada em Piracicaba.
O Agro.Hack USP teve apoio da Esalq, Agência USP de Inovação, USPCodeLab e EsalqTec, que conta com os parceiros Santos Lab, Pecege, Lallemand e Logicalis.
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Texto: Caio Albuquerque (05/07/2019)