Entre 14 a 17 de agosto de 2017, aconteceu em Foz do Iguaçu (PR) o 9º Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas. Na ocasião, Júlia Silva Morosini, doutoranda do Programa de Pós Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ), ganhou o prêmio Jovem Melhorista, categoria Mestrado, conferido pela Sociedade Brasileira de Melhoramento de Plantas.
Júlia teve orientação do professor Roberto Fritsche-Neto, do departamento de Genética e o trabalho premiado foi GWAS in maize lines revealed genomic regions associated with root traits and nitrogen use efficiency under field conditions.
O estudo apresentado no Paraná é referente à dissertação defendida no início deste ano, que teve como objetivo identificar regiões do genoma do milho tropical associadas à eficiência no uso do nitrogênio através dos caracteres comprimento de raiz e índice de resposta da planta ao estresse por nitrogênio. Segundo a autora, foram realizadas análises de Associação Genômica Ampla (GWAS) com 64 linhagens de milho avaliadas em baixa e alta disponibilidade do nutriente em três ambientes.
“Entre os principais processos biológicos identificados, estão o controle e regulação da transcrição e a síntese de Guanosina Monofosfato Sintetase (GMP), enzima diretamente envolvida na disponibilização e reciclagem de nitrogênio. Também observamos coincidência de região cromossômica entre marcadores significativos identificados e QTL potencialmente relacionados com a eficiência no uso de nitrogênio já reportados na literatura”, explica Júlia.
A pesquisadora reforça ainda que os resultados apontam regiões genômicas potencialmente envolvidas na expressão da eficiência no uso do nitrogênio, ajudando na elucidação do controle genético da deste caráter complexo. Dessa forma, podem ser incorporados em processos de seleção visando a obtenção de genótipos de milho eficientes de forma mais acurada.
“Foi uma grande satisfação receber este prêmio pela relevância que ele representa na área de genética e melhoramento. Como o foco do nosso trabalho - estresse abiótico por deficiência de nitrogênio - é um dos principais limitantes para a manutenção e expansão da produção de milho em contexto global, recebemos essa premiação como um reconhecimento da pesquisa de alto nível que nossa equipe realiza para um tema importante e atual. Com essa premiação, concluí o mestrado com chave de ouro!”.
O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Processo nº 2013/24135-2, e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Texto: Caio Albuquerque (23/08/2017)