A professora Clarice Garcia Borges Demétrio, do departamento de Ciências Exatas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), recebeu em 15 de maio, em Bruxelas, Bélgica, o título de Doutor Honoris Causa.
A honraria foi entregue pelo reitor da Hasselt University, instituição onde a docente realiza trabalhos em cooperação. “Colaboro com um dos projetos coordenados pela Hasselt University desde 2007, lecionando a disciplina Design of Agricultural Experiments (chamada Topics in Biometry até 2015) no Master in Statistics. Nesse projeto, a Hasselt University recebe 16 alunos, anualmente, vindos dos mais diversos países da África, da Ásia e da América Central, todos com bolsas de estudo da VLIR-UOS”, explica. A outorga pela Hasselt University ocorrerá por ocasião da comemoração dos 20 anos do projeto “Flemish Interuniversity Council – University Development Cooperation” (VLIR-UOS), que é um órgão financiador de projetos para financiamento de estudantes de países em desenvolvimento.
Foram reconhecidos aqueles que contribuíram de forma expressiva para o sucesso da colaboração científica entre países dos hemisférios Norte e Sul. Além da professora da Esalq, foram condecorados José Ramon Saborido Loidi (Cuba) pela Vrije Universiteit Brussel (VUB), Leymah Roberta Ghowee (Liberia) pela Ghent University (UGhent), Niteranya Sanginga (DR Congo) pela KU Leuven e Jean-Jacques Muyembe Tamfun (DR Congo) pela UAntwerpen. (Conheça os laureados)
Em seu discurso, Clarice falou dos desafios globais e o papel das universidades em todo o mundo e frisou a necessidade da colaboração universitária em prol do desenvolvimento.
“Ao se engajarem na cooperação universitária para parcerias de desenvolvimento, os institutos de ensino superior em todo o mundo estão empoderados em seu papel de impulsionadores da mudança, fortalecendo sua tripla missão de pesquisa, educação e extensão para a sociedade. Por meio deste empoderamento, as instrituições de ensino superior podem fazer uma contribuição única”.
A docente abordou também a responsabilidade, como universidades e acadêmicos, de tentar encontrar soluções para problemas globais urgentes.
“A nova geração exige que a ciência assuma sua responsabilidade de fornecer evidências para identificar e resolver problemas. Todos nós também temos a responsabilidade de restaurar a esperança. Hoje em dia há muita ansiedade e insegurança por causa do terrorismo, desafios climáticos, migração e muito negativismo e pessimismo. As pessoas perdem a fé nos governos, no nosso sistema político, umas nas outras. Como cientistas, também temos a obrigação de restaurar a esperança e a confiança, com base no poder da ciência. E estamos prontos para isso. Assumir nossa responsabilidade, trabalhar com afinco e restaurar a confiança na ciência, demonstrando que universidades engajadas em todo o mundo que colaboram para o impacto na sociedade realmente mudam vidas compartilhando mentes”.
Texto: Caio Albuquerque (28/05/2019)