A abóbora japonesa, também conhecida como cabotiá, é uma variedade muito produtiva e versátil que pode ser cultivada em vários estados brasileiros
Em 25 de maio de 2024, a partir das 08h, ocorrerá a 11ª edição do SolidarESA Luiz de Queiroz, projeto organizado pela Casa do Produtor Rural e pelo Departamento de Genética da Esalq/USP. O tema deste ano é o "Cultivo de Abóbora Cabotiá", que está em ascensão no Brasil, principalmente devido às suas qualidades agronômicas, como resistência, precocidade, uniformidade e alto potencial de produção.
O evento contará com palestras e atividades práticas no campo, que proporcionarão aos participantes uma visão abrangente da cultura, começando por suas origens até os fatores de produção, controle biológico de pragas, doenças relevantes que afetam as cucurbitáceas, até os sistemas de irrigação mais eficazes para otimizar o uso da água. O Dia de Campo é gratuito e destinado a agricultores, profissionais do setor e estudantes da área de Ciências Agrárias.
O professor Antônio Ismael Inácio Cardoso, da Universidade Estadual Paulista - UNESP, convidado para ministrar a palestra “Abóbora Cabotiá: Manejo e Tratos Culturais” possui vasto conhecimento sobre essa cultura agrícola. Ele irá compartilhar técnicas inovadoras e práticas sustentáveis que contribuirão significativamente para o cultivo bem-sucedido da abóbora.
No plantio alguns aspectos devem ser levados em conta como a definição do mercado que se deseja atingir e a escolha da cultivar adequada para cada região. É viável cultivá-la ao longo de todo o ano, porém é crucial evitar o plantio e o desenvolvimento durante períodos de temperaturas muito baixas e clima seco. Com os cuidados apropriados, a abóbora se ajusta bem a diversos tipos de solo, sendo uma excelente alternativa para a rotação de culturas.
Com o uso de tecnologias e considerando as características de cada variedade, é possível atingir uma produtividade média entre 8 e 20 toneladas por hectare, o que beneficia a economia de diversas regiões do país.
De acordo com pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), os maiores produtores de abóbora no país são Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Bahia, Paraná e Santa Catarina, representando juntos 84% do total comercializado.
Um dos desafios dessa cultura é a presença de plantas macho-estéreis, ou seja, para se obter frutos, as plantações precisam de outras espécies de abóboras ou morangas para realizar a polinização, ou então recorrer ao uso de fitormônios para estimular a frutificação artificialmente. Vale ressaltar que é essencial sincronizar os plantios para garantir que a planta polinizadora floresça ao mesmo tempo que a abóbora japonesa.
Abóbora cabotiá como alternativa de renda
Uma planta de abóbora geralmente gera três frutos de 2,5 kg, com um espaçamento de 3 metros por 1 metro. Com essas condições, a produção pode chegar a 20 toneladas por hectare, além da colheita da moranga polinizadora. A quantidade produzida pode variar conforme o período de plantio, o tipo de híbrido, o espaçamento e o nível de tecnologia empregado.
Um outro fator importante é que as abóboras e morangas têm um longo período pós-colheita, o que permite que seus frutos sejam armazenados por até aproximadamente 3 meses em locais sombreados e secos.
O retorno sobre o investimento é elevado devido à alta demanda no mercado interno e ao fato de a abóbora fazer parte dos produtos agrícolas de exportação brasileira. É amplamente empregada em várias áreas, como indústria, alimentação e medicina.
Benefícios
Além de seu alto valor nutricional, a cabotiá é rica em betacaroteno, um antioxidante essencial, juntamente com fibras, sais minerais e vitaminas do complexo B e C. Esses elementos contribuem de forma significativa para a excelente aceitação desse alimento pelos consumidores.
Informações:
A programação completa está disponível no link https://forms.gle/dPyjBqsL2CUyeDuv7, onde também é possível se inscrever para o evento. Mais informações em (19) 3429-4178 ou pelo e-mail cprural@usp.br. Os inscritos terão acesso exclusivo ao e-book "Abóbora Cabotiá: aplicação de tecnologias e práticas para aumentar a eficiência da produção agrícola". O material inclui dados de mercado, descrição botânica, orientações de plantio, estratégias de comercialização e outros detalhes relevantes.
Casa do Produtor Rural
A Casa do Produtor Rural é um projeto vinculado a Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx), tem o apoio do Serviço de Cultura e Extensão Universitária (SVCEx) e parceira institucional da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ).
Sobre o SolidarESA
O SolidarESA é uma iniciativa da Casa do Produtor Rural (CPR) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), que ocorre desde o ano de 2013. Os estudantes têm a chance de aplicar seus conhecimentos teóricos na prática, adquirindo experiência na produção de alimentos, pesquisa, capacitação de produtores rurais e doação dos produtos obtidos.
O projeto busca não apenas produzir alimentos saudáveis, mas também incentivar a agricultura sustentável e responsável, promovendo o desenvolvimento econômico das comunidades rurais. Com essa iniciativa, é possível contribuir para a segurança alimentar da população e para a preservação do meio ambiente.
Mais de 20 toneladas de alimentos foram doadas para várias entidades assistenciais em Piracicaba, em uma demonstração de apoio ao bem-estar coletivo por meio da agricultura sustentável. A metodologia do SolidarESA é baseada nas metas globais da ONU (ODS) e nos 5 P's (Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias).
Por Marcela Matavelli | Coordenação/Comunicação | Casa do Produtor Rural | Esalq/USP