Estudo apresenta prejuízos ambientais causados pela presença de cavalos em Unidades de Conservação (Crédito: Divulgação)
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É comum aproveitar os dias de folga e feriados para buscar uma opção de lazer fora dos centros urbanos. Geralmente, uma boa escolha são lugares bastante arejados, onde se encontra facilmente serviços de aluguel de animais em Unidades de Conservação (UC), que incrementam a economia local oferecendo passeios ou até mesmo transporte de equipamentos em áreas remotas. Esses serviços, em sua maioria, utilizam o locam antes da criação de área protegida, mas devido aos problemas para a conservação do uso de cavalos nesses estabelecimentos, a bióloga Luciana Yukie Matsubara resolveu dedicar sua dissertação no Programa de Recursos Florestais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) ao tema e desenvolveu estudos no Laboratório de Áreas Naturais Protegidas (LANP) do Departamento de Ciências Florestais .
A pesquisa, intitulada “Protocolo experimental para avaliação do potencial de disseminação de gramíneas exóticas invasoras por animais de montaria”, tem orientação da professora Teresa Cristina Magro e foi realizada com ênfase em duas espécies de gramíneas: braquiária (Urochloa decumbens) e capim gordura ( Melinis minutiflora ), que passam pelo trato digestório dos cavalos.
Segunda a pesquisadora, a prática, que na maioria das vezes contribui com a melhoria da qualidade da experiência do visitante e proporciona oportunidades de geração de renda para moradores locais, acaba configurando um dos fatores de perturbação de ecossistemas, particularmente a erosão do solo e dispersão de plantas invasoras. “A consequência em longo prazo pode ser a diminuição do valor ambiental da unidade de conservação”, contou. O estudo aponta que, apesar do cavalo influenciar negativamente a taxa de germinação, se estiverem presentes nas fezes, sementes viáveis de braquiaria e de capim gordura possuem a capacidade de crescer, florescer e frutificar. “Caso essas sementes encontrem um ambiente favorável e se estabeleçam, podem representar uma ameaça à biodiversidade local, uma vez que as sementes possuem a capacidade de crescer, amadurecer e se estabelecer nesse novo ambiente”. É possível que comecem a competir com as espécies locais, provocando mudanças na estrutura da comunidade.
Texto: Ana Carolina Brunelli | Revisão: Caio Albuquerque (18/08/2016)
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Unidades de Conservação ecossistemas Luciana Yukie Matsubara