Os primeiros acordos bilaterais de dupla-diplomação em Engenharia Agronômica do País datam de 2005, quando a diretoria da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) assinou convênios de mobilidade de graduandos com o Institut National Agronomique Paris-Grignon (que hoje faz parte do grupo AgroParisTech) e com o consórcio Fésia, à época formado por cinco escolas francesas situadas em Lyon, Lille, Toulouse, Angers e Beauvais, todos coordenados, do lado brasileiro, pela Professora Maria Lucia Carneiro Vieira, do Departamento de Genética da ESALQ.
O primeiro duplo diploma foi outorgado pela ESALQ e pelo Institut Polytechnique LaSalle Beauvais a Rodrigo Mendes Guizoni. Do lado francês, Marie-Anne Flandin, do Institut Superieur d’Agriculture Rhone-Alpes, em Lyon, e Isabelle Tritsch, da École Superieure d’Agriculture de Purpan, em Toulouse. Essas foram as primeiras estudantes francesas a obter o diploma de Engenheiro Agrônomo pela ESALQ.
Seguiram-se dez anos de muito trabalho e dedicação por parte dos coordenadores envolvidos, em ambos os países, para manter a excelência do programa, que conta com um mecanismo de seleção e acompanhamento da vida acadêmica dos alunos ao longo de todo o percurso no país parceiro, além do fomento advindo da CAPES (Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior), visando à concessão de bolsas de estudo e apoio a missões de trabalho para docentes. Essas oportunidades são concedidas mediante julgamento de mérito no âmbito dos programas CAPES/Brafitec e CAPES/Brafagri.
Ao longo desses anos, estudantes franceses tem se beneficiado do apoio da CAPES e da Direction Générale de l'Enseignement et de la Recherche du Ministère de l'Agriculture et de la Pêche, de la Ruralité et de l’Aménagement du territoire, da França, bem como estudantes brasileiros tem recebido bolsas de apoio à mobilidade internacional concedidas pelos governos de regiões francesas, ou bolsas de excelência Eiffel, concedidas pelo Ministère des Affaires Étrangères et du Développement International.
O principal benefício desses acordos tem sido a complementariedade dos currículos, já que as grandes escolas de Engenharia da França dedicam parte da formação estudantil para atender às necessidades do mercado, prevendo estágios obrigatórios em empresas ou áreas de produção agrícola, enquanto a formação esalqueana é mais completa em ciências agrárias e a maioria de seus docentes estão envolvidos com a pesquisa científica.
“Neste mês de junho, com grande satisfação, o estudante esalqueano Jammer Adam Collange Cavalcanti recebeu o diploma de Engenheiro da AgroParisTech e terá seus créditos validados para receber, também, o diploma da ESALQ. Com isso, completamos o duplo diploma de número 100, sendo 67 alunos da ESALQ e 33 alunos franceses”, disse a professora Maria Lucia Carneiro Vieira.
Maria Lucia também comenta que os estudantes do curso de Ciências dos Alimentos podem participar do programa de dupla diplomação acordado entre a ESALQ e a ONIRIS (L’Ecole Nationale Vétérinaire, Agroalimentaire et de l’Alimentation Nantes-Atlantique), coordenado, do lado brasileiro, pela Professora Thais Maria Ferreira de Souza Vieira, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da ESALQ.
Atualmente, encontram-se igualmente envolvidos a professora Silvia Helena G. De Miranda (Coordenadora do acordo com AgroParisTech) e o professor Thiago L. Romanelli (Coordenador do acordo com a Fésia, que compreende 4 escolas francesas). A professora Maria Lucia é responsável pelo acordo da ESALQ com o Institut Polytechnique LaSalle Beauvais.
“O sucesso destes programas também se deve ao trabalho das Diretorias de Relações Internacionais das escolas francesas, às equipes do Serviço de Graduação (SVG) e do Serviço de Atividades Internacionais (SVAInt) da ESALQ”, finalizou a professora.
04/07/2016