Estação Entomológica cativou o público com o viveiro de formigas ‘saúva’ e explicou o modo de vida da espécie (Créditos: Lucas Jacinto)
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Unindo ciência, cultura e entretenimento, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” unidade da USP em Piracicaba, realizou no último sábado, 17 de outubro, a 1ª Virada Científica. O evento, promovido pela Comissão (CCEx) e Serviço (SVCEx) de Cultura e Extensão Universitária proporcionou aos estudantes e à população o contato com a ciência e o universo acadêmico a partir de diferentes ângulos.
A abertura foi realizada pelo Coral “Luiz de Queiroz”, que deu início ao ciclo de atividades. Durante um dia inteiro, pessoas de todas as idades permaneceram envolvidas com palestras, oficinas, feiras, exposições e atividades científicas e culturais. “Nosso objetivo é ensinar a ciência de uma forma mais simples e proporcionar um ambiente onde todos possam aprender e esclarecer suas dúvidas. Queremos que as pessoas conheçam a nossa instituição e as pesquisas que realizamos aqui dentro”, ressaltou o Presidente da Comissão (CCEx) de Cultura e Extensão, Pedro Valentin Marques.
A população participou também de tours pelo campus da universidade, conhecendo os departamentos e seus laboratórios, além de conferir as linhas de pesquisa desenvolvidas em cada instalação. “A Virada Científica é uma oportunidade de aproximarmos a sociedade do meio acadêmico, além de apresentarmos as diferentes vertentes da ciência e de como é possível transformar o conhecimento em grandes riquezas”, comentou o vice-diretor da ESALQ, Durval Dourado Neto.
Durante a Virada, aqueles que estão preocupados com o futuro e na dúvida sobre qual profissão escolher, puderam assistir a palestras sobre as carreiras de Administração, Ciências Biológicas, Ciências Econômicas, Engenharia Agrônomica, Engenharia Florestal, Gestão Ambiental e Ciência dos Alimentos, que são os cursos oferecidos pela ESALQ.
As atividades
Para aqueles que adoram viajar no tempo e desvendar os detalhes da história, as exposições do Museu “Luiz de Queiroz” foram ótimas opções. Entre as três exibições estavam “O café no Brasil”, apresentando a evolução da agricultura cafeeira e sua contribuição para o hábito de consumir café no mundo de hoje; a exposição “Sem solo sem vida”, em comemoração ao ano internacional do solo, chamando a atenção sobre o papel fundamental do solo na existência humana; e “A evolução da agricultura”, exibindo as peças e acervos do Museu para mostrar o desenvolvimento dos estudos agrários. “Está sendo um momento de aprender como a ciência desenvolvida na universidade interfere no nosso dia a dia. Achei as exposições interessantes e os materiais do Museu estão em ótima conservação”, disse Francine Picon, que veio de São Carlos para conhecer a Virada Científica.
Já os que se interessam pela composição dos alimentos, participaram da 12ª Feira de Alimentos. Dividida em alimentos industrializados, funcionais, aquisição de alimentos, cultura alimentar e higiene de alimentos, a atividade levou ao público dicas úteis para o dia-a-dia e alertou sobre a qualidade de vida por meio da educação para consumo de alimentos.
As palestras, que abordaram temas diversificados, não apresentaram apenas teoria, mas promoveram atividades bastante dinâmicas. Quando a temática foi “Botânica”, os participantes foram levados ao Horto de Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas da ESALQ e conheceram o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Estudos "Walter Accorsi" (GeWA), as propriedades das plantas e as principais espécies da flora brasileira. “Hoje pude perceber a evolução da ciência. A botânica mostrou como as pesquisas preencheram a falha que havia no conhecimento das plantas. É muito bom esses detalhes estarem abertos para nós”, comentou Ofélia Ribeiro, de 81 anos.
A palestra “Como as plantas funcionam”, mostrou ao vivo alguns fenômenos mais importantes do funcionamento das plantas, como a transpiração e fotossíntese e ensinou a relacioná-los com eventos climáticos da atualidade. Já “Diálogos sobre sistemas agroflorestais como arranjos produtivos sustentáveis” propôs uma atividade interativa e discutiu sobre o SAF (Sistemas Agroflorestais) e as formas de realizar práticas produtivas alinhadas com a proteção da biodiversidade, da água, das matas e dos animais silvestres, além de conservar espécies arbóreas madeireiras, medicinais e frutíferas.“Para mim foi ótimo conhecer o ambiente em que futuramente meu filho poderá estudar. Hoje tive a oportunidade de visitar os departamentos e as pesquisas que são realizadas na ESALQ”, disse Eduardo Ercolin, que veio com o filho de 16 anos.
Com o objetivo de alertar as pessoas sobre como devem ser criados os animais e quais os reflexos na qualidade do produto final, a palestra “Bem estar animal”, mostrou à população a importância do bem-estar dos animais e como devem ser tratados com respeito. A comunidade ainda conseguiu esclarecer eventuais dúvidas com médicos veterinários, zootecnistas e engenheiros que estavam à disposição de todos.
Durante o ciclo de palestras, os visitantes puderam conhecer a história evolutiva de máquinas e ferramentas que auxiliam no desenvolvimento da agricultura, presenciaram demonstrações de tratores modernos e tiveram a chance de fazer um test drive no veículo. Realizaram, também, visitas ao Laboratório de Agricultura de Precisão para conhecer as pesquisas, estrutura e equipamentos e visualizaram características de solo e das plantas por meio de sensores. “Achei a proposta do evento muito interessante e as atividades bastante interativas. Vim para conhecer os cursos da ESALQ e acabei dirigindo pela primeira vez um trator”, contou Fernando Saito, que está no ensino médio e se prepara para o vestibular.
A população visitou a Estação Entomológica para descobrir as particularidades dos insetos. Lá, foi possível entender a vida das formigas e suas funções, por meio de um viveiro da espécie ‘saúva’. Na área de Fitopatologia, participaram de uma pequena aula sobre plantas com sintomas de diversas doenças, seus agentes causais e os principais métodos para evitar os prejuízos das doenças no dia-a-dia. Em outras atividades, aprenderam as técnicas de como produzir mudas frutíferas e como cuidar de um pomar caseiro de frutas. “Achei legal a Virada Científica, pois está oferecendo atividades para todos os gostos. Vim conhecer a área de Entomologia para me inspirar nos insetos que precisarei criar no meu trabalho”, contou Rodrigo Zangelmi, designer de games.
O evento realizou uma Oficina de Fotografia, com ensinamentos das técnicas básicas de composição e enquadramento e propôs aos participantes registrarem as ações que estavam acontecendo pelo campus. Já para despertar a conscientização da população, a oficina “Reaproveitamento de materiais recicláveis”, ensinou ações simples que podem ser exercidas em casa para tornar o planeta mais sustentável.
Para finalizar a 1ª Virada Científica da ESALQ, o grupo “Choro de Saia” subiu ao palco e envolveu o público com ritmos alegres, interpretando canções marcantes de choros tradicionais e modernos e da música popular brasileira.
Texto: Ana Carolina Brunelli
Revisão: Alicia Nascimento Aguiar (19/10/2015)
População conheceu instalações e equipamentos dos departamentos da ESALQ (Créditos: Lucas Jacinto)
Palavra chave:
Virada Científica USP Piracicaba